O Conde de Paris pede perdão pelo regicídio praticado contra o rei Luis XVI pela Revolução Francesa com o voto de seu antepassado Felipe Égalité, príncipe de Orleans |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No dia 21 de janeiro último, durante uma Missa de réquiem celebrada na Capela real de Dreux pelo repouso eterno da alma do Rei Luís XVI e de todos os mártires da Revolução Francesa, Jean, Conde de Paris e Chefe da Casa Real Francesa, fez um pedido de perdão oficial a Deus, o qual foi reproduzido pelo blog “La Couronne”.
Ponderadas vozes teológicas incluem o Rei Luís XVI e sua esposa, a Rainha Maria Antonieta no rol dos mártires, mas a Igreja ainda não se pronunciou a respeito, nem foi solicitada a fazê-lo.
No início da Missa, o Chefe da Casa Real francesa fez questão de se ajoelhar junto à mesa de comunhão, a fim de pedir perdão a Luís XVI pela felonia do duque Louis-Philippe d’Orléans, dito Philippe Égalité, que votou a morte do monarca, em vez de derramar seu sangue por ele.
Eis as inspiradas palavras do Chefe da Casa Real Francesa:
“Senhor Deus,
“Eu, Jean, Conde de Paris,
“Assim como todos os fiéis nesta Missa, reconheço-me como pecador diante de Ti.
“A Casa Real da França, da qual por Tua graça tornei-me o Chefe, roga pelo Teu perdão, assim como pelo das vítimas das faltas de nossos antepassados e, em particular, de Louis Philippe Joseph de Orleans em relação ao seu primo Luís XVI, Rei de França, pai de seu povo, que foi ungido por ocasião de sua coroação, mas também em relação à sua Família e à França.
Luis XVI é levado para a execução revolucionária-igualitária,
Jean-Jacques Hauer (1751 – 1829), Musée Carnavalet.
O voto de Philippe Égalité foi decisivo para esse horrível crime.
“Imploramos Tua misericórdia sobre Nós, nossa Família e nosso País. Tu o sabes, Senhor, que assim como Josué, Nós e nossa Casa escolhemos servir a Ti.”
O Duque de Orleans, macabramente lembrado com a alcunha de Philippe Égalité, voltou-se contra o princípio da legitimidade monárquica ao apoiar a Revolução Francesa, instauradora de uma democracia visceralmente igualitária e anticatólica.
Com esse estado de espírito ele votou pela iníqua e infame condenação e execução de seu Soberano e primo, o Rei Luís XVI.
Égalité teve a sua paga, pois também terminou na guilhotina ceifadora de inúmeras vidas inocentes, seguindo assim o mesmo destino cruel de outros líderes da Revolução que, como Robespierre, ensejaram uma tremenda manifestação da Ira e da Justiça divina.
Queira Deus todo-poderoso, que tirou a França das trevas da barbárie e do paganismo, tirá-la agora do abismo de erros não menores que se aboletaram nela com a Revolução Francesa.
No final da celebração, colocou-se na Capela Real de Dreux uma placa evocando o injustiçado Rei Luís XVI.
Ai França, França, que com o teu gesto iníquo condenaste para sempre a Europa da qual até então havias sido referência e guia!...
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