terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Arcebispo africano: “a atividade homossexual é intrínsecamente desordenada”

Mons Charles Gabriel Palmer-Buckle, arcebispo de Cape Coast
Mons Charles Gabriel Palmer-Buckle, arcebispo de Cape Coast
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O Arcebispo Metropolitano de Cape Coast, arquidiocese localizada no sul de Gana, Mons. Charles Gabriel  Palmer-Buckle, destacou a oposição da Igreja Católica do país às atividades homossexuais, classificando-as como desordenadas, relata Ghanaweb ecoada por Infovaticana

O arcebispo compareceu ante o Comitê de Assuntos Constitucionais e Legais do Parlamento para defender o apoio da Igreja Católica a um polêmico projeto de lei anti-LGBT, o Arcebispo de Cape Coast.

Na ocasião disse que a Igreja em geral apoia fortemente o projeto de lei que visa proibir em Ganaa a homossexualidade e suas atividades correlata.

O prelado defendeu que o Parlamento deve acolher positivamente as aspirações soberanas da população ganense, que, em geral, é contra as atividades homossexuais.

“A generalidade do projeto de lei que apoiamos fortemente é que a atividade homossexual é intrinsecamente desordenada”, declarou na sessão.

“E, portanto, se for inerentemente desordenado, de acordo com nossas crenças cristãs, nossas crenças islâmicas, nossas crenças religiosas tradicionais, etc...., vocês, nossos legisladores em quem nós votamos; têm a responsabilidade de elaborar o projeto de lei que responda às nossas aspirações soberanas. E acredito que essa é a base da qual nós e vocês não devemos fugir”, afirmou.

Sobre a necessidade de o Parlamento cumprir adequadamente seu dever e ajustar o projeto de lei à vontade popular, Mons. Palmer-Buckle disse que “um projeto de lei foi submetido ao Parlamento e acho que seu papel é examinar o projeto. E rejeitar os excessos ou falhas que possa haver nele”, acrescentou.

Mons Charles Gabriel Palmer-Buckle, arcebispo de Cape Coast
Mons Charles Gabriel Palmer-Buckle, arcebispo de Cape Coast
O comitê do Parlamento está recebendo contribuições e memorandos de grupos e indivíduos tanto a favor quanto contra o projeto de lei.

Sexo entre homossexuais já é punível com até três anos de prisão em Gana, embora ninguém seja processado há anos, diz a Agência Reuters.

O novo projeto iria além, alongando as penas de prisão e forçando alguns a se submeterem à terapia de conversão, práticas destinadas a corrigir as tendências homossexuais em uma pessoa.

Também criminalizaria a promoção e o financiamento de atividades LGBT, bem como a manifestação pública de “afeto” entre pessoas do mesmo sexo e o travestismo.


terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Família produz o “Torrão de Alicante” favorito de xeques e casas reais há três séculos

O “Torrão de Alicante”com trufas brancas e pão de ouro mais caro do mundo
O “Torrão de Alicante”com trufas brancas e pão de ouro mais caro do mundo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O “Torrão de Alicante” (Nugeat em francês; torrone em italiano; nogado ou mandolate no Brasil) é uma das delícias natalinas – e não-natalinas – feito de mel, clara de ovos, nozes, pistache, avelãs, nozes de macadâmia, etc., no sul da Espanha, com “denominação de origem” controlada.

Há inúmeras variedades segundo a arte ou inspiração do fabricante, sendo os caseiros os melhores de todos.

Mas há um que é o favorito das famílias reais e até dos xeques árabes. Também é o mais caro da terra, narrou "El Mundo".

Ele é feito artesanalmente pela família Sirvent que há dez gerações se mantém fiel ao golpe de gênio do avô Juan Antônio quando numa loja de gravatas na Champs-Élysées lhe ofereceram a gravata “mais cara do mundo”.

O “Torrão de Alicante” numa outra receita
O “Torrão de Alicante” numa outra receita
A reportagem do “El Mundo” prossegue contando que Juan Antônio Sirvent, a quem ofereceram em Paris a gravata “mais cara do mundo” voltou a sua cidade Jijona, em Alicante, decidido a fazer o melhor nougat. Ele ficou conhecido como 1880, e começou apostando na qualidade malgrado a guerra e a crise econômica que grassavam na época.

“Meu avô era gourmet e gostava de se vestir bem. Pagou uma fortuna pela gravata, ‘a mais cara do mundo’, e aí reforçou a ideia de fazer o melhor. Esse foi o segredo de seu sucesso” que perdura até hoje.

Assim recorda José Manuel Sirvent, seu neto da nona geração da família produtora do “Torrão de Alicante”, o mais famoso do mundo.

Há no fundo de cada alma, em todas as classes sociais, potencialidades inimagináveis, que conduzidas com retidão produzem frutos de toda espécie.

É o caso da família Sirvent que até hoje produz o melhor nougat do mundo.

A família trabalhando há muito
A família trabalhando há muito
Nessa perspectiva o desenvolvimento das possibilidades de produção nas diversas partes do mundo por todas as famílias retas em todas as especialidades criaria uma economia que nenhuma indústria nem nenhum capital poderia igualar em variedade e riqueza.

Se isso fosse feito apareceria uma ordem de riquezas no mundo como se este fosse um empório colossal, com enormes possibilidades de desenvolvimento.

O caso do “Torrão de Alicante” põe a nu um conceito vivo e orgânico das riquezas e dos movimentos econômicos e sociais, que geraria uma verdadeira maravilha.

Além do 1880, o patriarca inventou o boixet – uma máquina para fazer o nogado de Jijona e as tabletes de El Lobo.

Em 2021 os descendentes de Juan Antônio lançaram uns torrones, malgrado a pandemia e a crise econômica, feitos com matérias primas requintadas como a trufa branca de Alba (Itália), o café de Kopi Luwak e o açafrão da Mancha.

Cada um destes nogados, só feitos por encomenda, custa 250 euros e os Sirvent não especificam quantos venderam, mas superaram as expectativas.

“O preferido é o nougat Jijona (o mole) com o café Kopi Luwak, o mais caro do mundo (900 euros o quilo).

Atual sede onde se faz o melhor “Torrão de Alicante”
Atual sede onde se faz o melhor “Torrão de Alicante”
O mais procurado pelos ricos do mercado árabe, é o de Alicante (o duro) com trufa branca, talvez por ter folha de ouro, um ímã para os xeques.

Os três mais sofisticado estão na mesma loja 1880 aberta em 2021 na rua Mayor no centro de Madrid.

Também fabricam outros mais tradicionais e acessíveis. Os turistas adoram e levam como lembrança.

“É um produto gourmet de Espanha, com grande reputação”, justifica Sirvent.

A família começou a fazer nogado em 1725. Quase 300 anos depois, ainda está em mãos dela em virtude de um respeitado sistema de morgadio que evitou brigas familiares.

José Manuel estudou nos EUA e na Suíça, e seu pai fez sociologia em Oxford. Empresários de Jijona no século XIX construíram fábricas em Cuba, Argentina ou Venezuela.

Mas ele nasceu na fábrica de sua família, como seu avô e seu pai, e aos 24 anos assumiu as rédeas da empresa.

“A casa dos meus pais era na fábrica, você não tinha acesso pela rua e entrava pela loja ou pelo escritório”, conta.

O “Torrão” feito em Montelimar, França
O “Torrão” feito em Montelimar, França
A sala de jantar de sua casa era um showroom onde os clientes eram recebidos.

A estimativa para 2021 é de um faturamento de 22 milhões de euros e a fabricação de 2,5 milhões de quilos de torrão e mais meio milhão de rebuçados de Natal.

65% das vendas acontecem no Natal, percentagem que aos poucos vai diminuindo com o aumento das exportações.

Os EUA e a América Latina são os seus principais mercados, seguidos da Europa e dos países árabes, onde têm várias famílias reais entre os seus clientes.

Sirvent não dá nomes, mas garante que muitas celebridades e membros da realeza europeia, e não apenas árabes, estão na lista de clientes.

“Nosso torrão foi servido de sobremesa no casamento real de uma espanhola e um príncipe europeu”, acrescenta, deixando o leitor adivinhar.