Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Ela tinha o costume de subir a uma parte mais alta da casa, para ver as estrelas à noite, etc. E a “História de uma alma” ‒ que equivale a suas Memórias” ‒ fala das infinitudes que havia no pensamento dela.
Santa Teresinha tinha em si toda a doutrina contrarrevolucionária, mas não tinha a missão de explicitá-la. Ela tinha a missão de morrer pelos contrarrevolucionário, de viver, de traçar a Pequena Via que torna a Contra-Revolução acessível ao grosso dos que a seguem. Mas havia todo um firmamento de ideias nela, o qual já desde essa idade se prenuncia.
Era uma criança altamente meditativa. No fim da vida, quando estava madura para o Céu, e portanto quando tinha atingido a santidade a que a havia destinado o desígnio da Providência, ela contava que quando tinha por volta dos dez anos ‒ quer dizer, um pouquinho mais velha do que está aqui ‒ ia com a irmã a um belvedere lá dos Buissonnets, e tinham conversas em que ela recebia tantas ou mais graças do que as que receberam Santo Agostinho e Santa Mônica no famoso colóquio da hospedaria de Óstia, pouco antes de Santa Mônica morrer. Portanto, quando a santidade de Santa Mônica estava consumada, e ela estava para ir para o Céu.
No fundo, nota-se isso no olhar dela. Não se pode descrever um olhar.
Se se perguntasse a São Pedro o que lhe disse o olhar de Nosso Senhor, o que poderia ele responder? Responderia:
“Ele disse algo por onde eu chorei a vida inteira. As lágrimas mais amargas e mais doces que jamais se choraram, depois das de Nossa Senhora, chorei-as eu”.
E não teria outra coisa para dizer, pois o olhar é algo de inefável. Ou se vê aqui esse olhar e se sente, ou não se o vê, e não posso fazer nada.