terça-feira, 25 de abril de 2023

“O tempo passou e me formei em solidão”

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Autor: José Antônio Oliveira de Resende. Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João Del-Rei/MG.


Sou do tempo em que ainda se faziam visitas.

Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido.

Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.

Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres à visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.

– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.

E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.

– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!

A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre.

Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre.

Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.

Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes.

Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha - geralmente uma das filhas – e dizia:

– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.

Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.

Juntava todo mundo e as piadas pipocavam.

As gargalhadas também.

Pra que televisão?

Pra que rua?

Pra que droga?

A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança...

Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam....

Era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...

Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos.

E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida.

Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa... A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta.

Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.

O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail...

Cada um na sua e ninguém na de ninguém.

Não se recebe mais em casa.

Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:

– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.

Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas.

Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.

Casas trancadas. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...

Que saudade do compadre e da comadre!


terça-feira, 11 de abril de 2023

Imagens católicas vencem tornados e incêndios nos EUA

Nossa Senhora e o Menino Jesus preservados de tornado fora da igreja da Resurreição, Kentucky
Nossa Senhora e o Menino Jesus preservados de tornado
fora da igreja da Ressurreição, Dawson Springs, Kentucky
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Há regiões dos EUA flageladas periodicamente por violentos fenômenos naturais como tornados e furacões. Procurando ilustração do fato relatado logo a continuação, encontramos fotos de outros casos de proteções prodigiosas de imagens católicas que acrescentamos neste artigo.

Em só dois dias de Natal de 2022 pelo menos 37 tornados atingiram os estados de Arkansas, Illinois, Kentucky, Mississippi, Missouri e Tennessee, nos EUA, deixando pelo menos 74 mortos, 1.000 casas arrasadas e cerca de 28.000 residências e empresas sem energia.

Nossa Senhora foi Rainha na igreja da Rainha dos Mártires, na cidade de Dayton, Ohio, em 2019
Nossa Senhora foi Rainha
na igreja da Rainha dos Mártires,
na cidade de Dayton, Ohio, em 2019
O jornal local Evansville Courier & Press divulgou a fotografia de uma imagem de Nossa Senhora segurando o Menino Jesus, em pé quase sem danos, junto às ruínas da igreja católica da Ressurreição na cidade de Dawson Springs, Kentucky.

A incolumidade da imagem surpreendeu a mídia, pois o tornado atingiu 160 km/h e na vizinha cidade de Earlington fez descarrilar 27 vagões.

Tina Casey, diretora de comunicações da Diocese de Owensboro, à qual a igreja pertence, disse à Catholic News Agency que “as janelas e portas [da igreja] estão quebradas e não há mais telhado” “provavelmente com perda total”. Cfr. ACIPRENSA.

A ferocidade destrutiva dos tornados na próspera região havia sido sentida mais recentemente em maio de 2019.

E mais uma vez, Nossa Senhora quis se manifestar Rainha na igreja que a cultua como Rainha dos Mártires na cidade de Dayton, no estado de Ohio, enquanto a torre do sino ruía a seus pés, segundo informou o “Arlington Catholic Herald”.

“Todos os prédios aqui foram danificados” narrou Don Tomczak, voluntário da paróquia.

“A coisa incrível é que a estátua de Nossa Senhora toda rodeada de entulho não foi tocada. Foi o nosso milagre”.

O desastre em Illinois evocou fato incrível recente em Washington
O desastre em Illinois evocou
fato incrível recente em Washington
Em Illinois em 2013, a família católica de Annmarie Klein achou um milagre sobreviver ao tornado que reduziu a zero sua casa.

E mostrava a foto de uma imagem de Nossa Senhora também intacta após outro tornado em Washington, segundo o Daily Herald.

No início de 2022, em várias cidades do estado de Colorado pelo menos 991 casas haviam sido destruídas e três pessoas ficaram desaparecidas enquanto 33.000 tiveram que evacuar a região com as roupas do corpo, informou o jornal britânico “Daily Mail”.

Imagem integra após incêndio florestal em Louisville, 01-01-2022
Imagem integra após incêndio florestal
em Louisville, 01-01-2022
Ruas inteiras ficaram reduzidas a pilhas de cinzas fumegantes. Uma nevada contribuiu a apagar o fogo, mas prejudicou a recuperação das vítimas.

O “Wall Street Journal” de New York noticiou que a fúria dos incêndios se espalhou pelas florestas vizinhas com o vento soprando para longe as faíscas acessas.

Por exemplo, em Louisville e Superior os 21.000 e 13.000 moradores respectivamente ficaram presos num inferno.

Foi uma surpresa num lar arrasado pelo fogo encontrar praticamente intocada uma imagem de Nossa Senhora das Graças. Cfr. SCMP. 

O tronco da árvore desviou centímetros e a imagem ficou em pé, em Texas
O tronco da árvore desviou centímetros
e a imagem ficou em pé, em Texas
E para completar, um desastre análogo em Corpus Christi, Texas, em 2016, havia derrubado uma grande árvore num jardim familiar sobre uma estátua de Nossa Senhora.

Mas essa ficou em pé como se nada tivesse acontecido porque o grande tronco virou os centímetros necessários para não a destruir. A dona de casa falou em milagre, noticiou ABC11.