segunda-feira, 12 de abril de 2010

O gênio artístico da Itália: riqueza e diversidade

Para se compreender o espírito italiano, é necessário ter em vista que ele comporta duas vias: uma consiste em imaginar um mundo como poderia ser — o dos sonhos; outra, a realidade concreta, dentro da qual os italianos ingressam com muito senso dessa realidade.

O senso da arte e o senso do comércio formam na Bella Penisola uma composição em que não se sabe bem qual é o vencedor. Depois de ter dado uma tacada na indústria, o peninsular cantarola. Depois examina se o bolso está cheio e se empenha em novos negócios!

Há um duplo movimento de vivacidade, que não é o velho estilo imperial romano. Analisando a canção italiana, a arte italiana, elas manifestam uma forma especial de leveza, muito particular.

Enquanto o espanhol parece dar saltos para atingir o Céu, a índole italiana, marcada a fundo pela Renascença, parece ascender para atingir o ápice do que seria o Céu na Terra.

A vida alegre, a bonomia, a brincadeira, a fraternidade, a graça e arte para ornar tudo, para tornar esta vida a mais agradável possível – única no seu gênero – não corresponde ao espírito espanhol nem ao português.

O que produziu tal concepção? A matriz de todas as artes do Ocidente! Tudo que surgiu da Renascença até nossos dias se inspirou na Itália.

Constatamos a marca italiana presente no mundo inteiro.

A Itália conseguiu sem grandes batalhas – nunca se interessou muito pelo gênero –, sem formar um grande império como o antigo império romano, a influência artística, muito mais pujante que o influxo artístico do império romano.

E o império cultural italiano é muito maior do que foi o império cultural romano. A Itália é uma grande nação, com expressão enorme na história do mundo, e influência toda especial na história da Igreja.

A Igreja foi fundada para ter a sua sede em Roma. E esta sede é como um chafariz da influência italiana no universo.

As riquezas e diversidades do gênio italiano são tão extraordinárias, que é impossível contê-las apenas numa conferência.

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(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 21/02/1981. Sem revisão do autor. “Catolicismo”, fevereiro de 2010)

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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Conversão de anglicanos III: o santo cura de Ars e o Servo de Deus Bartolomeu Holzhauser

São João Batista Maria Vianney e o futuro da Inglaterra

São João Batista Maria Vianney, o famoso cura de Ars, foi um outro santo que previa um futuro católico radioso para uma Inglaterra que retornou ao seio da Igreja Católica.

O Pe. J.-M. Curique nos fala disso na sua coleção de profecias “Voix prophétiques ‒ ou signes, apparitions et prédictions modernes touchant les grands événements de la Chrétienté au XIXème siècle et vers l'approche de la fin des temps”, (Paris, Victor Palmé editor, 1872, tomo II, 4ª edição, 505 p.).

“O bispo de Birmingham – escreve o Pe. Curique – contou num relato publicado recentemente sua romaria a Ars poucos anos antes da morte do santo pároco, e que lhe acendeu a esperança da Inglaterra:

“Eu lhe pedi, escreveu o bispo, orações pela Inglaterra (...) subitamente seus olhos abriram-se e fixando-os sobre mim com um desses olhares luminosos, ele exclamou com uma voz que não esquecerei jamais, como quem quer fazer uma confidência:

‒ “Eu estou certo que a Igreja de Inglaterra recuperará seu antigo esplendor”. (p. 165-166)

O Servo de Deus Bartolomeu Holzhauser

Poucas almas eleitas tiveram tanta fama pelas suas luzes proféticas quanto o Servo de Deus Bartolomeu Holzhauser. Este sacerdote foi autor de um comentário do Apocalipse que fundou escola.

No livro “Prophezeiungen, Visionen und Auslegung der Apokalypse”, (“Profecias, visões e interpretação do Apocalipse”), editado por Kreuz-Verlag em Viena (1ª ed, 1972, com autorização eclesiástica), Friedrich R. von Lanna, lemos:

“A partir de Bingen, pouco depois, fez uma visita a Carlos II da Inglaterra (...) quando este parou em Geisenheim de regresso à Inglaterra depois da decapitação de seu antecessor. O encontro se deu à meia-noite e foi de longa duração. Holzhauser participou ao rei que há vários anos já sabia, por revelação divina, que Carlos I terminaria sua vida no cadafalso. Disse que Deus permitira esse fim trágico para castigar aquele monarca por ter recusado o seu reconhecimento ao Chefe visível da Igreja. Tranqüilizou então o rei quanto ao futuro, e lhe assegurou de que à triste revolução no seu reino seguir-se-ia em breve tranqüilidade e ordem. Acrescentou à profecia de que a Inglaterra algum dia voltará à fé católica, prestando então à religião serviços ainda maiores do que depois de sua primeira conversão.”

Por sua vez, Mons. Wuilleret, autor da mais cotada tradução dos comentários ao Apocalipse do Servo de Deus Bartolomeu Holzhauser (« Interprétation de l'Apocalypse renfermant l'Histoire des sept âges de l'Eglise Catholique et les grandes scènes de la fin du monde traduit du latin par le chanoine de Wuilleret », Louis Vivès editor, Paris, 1856, 2 volumes) acrescenta:

“Holzhauser desejou muito ir à Inglaterra para iniciar essa obra de conversão, mas seu trabalho com a paróquia e com as escolas que fundara em Bingen o retiveram”.

Pe. Nectoux S. J.

Um caso que requer muita prudência na interpretação é o do sacerdote jesuíta Charles-Auguste-Lazare Nectoux S.J. (1698-1773). Nascido em nobre berço, ingressou na Companhia de Jesus da qual foi o último provincial na Aquitania, França, antes da ordem ser fechada em 1762. Ele previu a dissolução da Companhia de Jesus e o que adviria depois.

Ele também previu um castigo universal sobre a humanidade que Michel Servant retransmite nestes termos:

“Haverá então um momento tão espantoso que acreditar-se-á ser o fim do mundo. O sangue correrá em muitas grandes cidades: os elementos entrarão em convulsão como num pequeno juízo.

“Perecerá nessa catástrofe uma grande multidão de homens, mas os maus não prevalecerão. Eles terão a intenção de destruir inteiramente a Igreja; mas não lhes será dado tempo.

“Avizinhar-se-á essa catástrofe quando a Inglaterra começar a se abalar. Saber-se-á por este sinal, como se conhece a proximidade do verão quando a figueira começa a brotar.

“Inglaterra, por sua vez, sofrerá uma revolução mais terrível do que a Revolução Francesa, e durará bastante tempo para que a França tenha tempo para se tranqüilizar. Será a França a ajudar a restabelecer a paz na Inglaterra.

“Durante esse transtorno espantoso que, ao que parece será geral, e não só na França, Paris será inteiramente destruída, não sem que antes apareçam sinais que darão tempo aos bons para fugir. Sua destruição será tão completa, que vinte anos depois, os país passeando com os filhos sobre as ruínas responderão: ali houve uma grande cidade, porém por causa de seus crimes Deus a destruiu” (M. Servant, p. 309, 341 y 389).


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