Local e mosaico do 'Milagre dos Peixes', Alboraya, Valencia, Espanha |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O “milagre dos peixes” (em valenciano, língua local: miracle dels peixets) foi um prodígio eucarístico acontecido em julho de 1348, entre os atuais municípios de Alboraya e Almácera, na região autônoma de Valencia, uma das mais importantes da Espanha. Cfr. Wikipedia, verbete Milagro de los Peces.
O milagre é comemorado com uma romaria na segunda-feira de Pentecostes que vai até a capela neogótica construída em lembrança do fenômeno sobrenatural. Ela é conhecida como “Ermida do Milagre” ou também “'Ermita dels peixets”.
Centenas de fiéis da região e de cidades vizinhas comparecem para as cerimonias nessa ermida. Assim foi no último ano segundo informou o jornal regional “Las Provincias”.
No remoto ano de 1348, o pároco de Alboraya levava o Santíssimo Sacramento para os doentes. Notadamente para um mouro recém convertido de nome Hassam-Arda, gravemente ferido.
Naquela época, o Santíssimo era conduzido com honras exteriores, coroinhas, sinos, etc. e acompanhado por pessoas.
A âmbula do 'Milagre dos Peixe'. paróquia de Almácera |
No acidente, a âmbula que continha as sagradas formas se abriu e as hóstias caíram nas águas e foram puxadas por forte correnteza.
Sem poder recuperá-las, o padre voltou para sua igreja.
Segundo antiga crônica, o fato causou consternação entre os camponeses. E saíram todos a procurar as hóstias perdidas.
Aqueles que foram até a praia viram que dois peixes – outros falam três – punham sua cabeça fora da água e seguravam as hóstias em suas bocas.
A população local correu a ver o prodígio enquanto alguns foram bater à porta do pároco contando que tinham percebido umas luzes brilhando junto ao barranco.
O sacerdote, revestido de sobrepeliz e estola, com um cálice na mão entrou na água. Assim que viram ele, os peixes se aproximaram e depositaram as Formas Eucarísticas no cálice.
Afresco do 'Milagre dos Peixes' |
Ela só é usada na festa de São Vicente Ferrer, para levar a comunhão aos doentes em suas casas e na procissão de Corpus Christi.
O “milagre dos peixes” impressionou até a Santa Sé que concedeu datas especiais para comemorar o Corpus Christi a cada uma das cidadezinhas envoltas no fato.
No escudo da cidade de Alboraya aparecem três peixes e no de Almácera, dois, em lembrança do milagre.