Quem nunca ouviu falar de Santa Teresinha do Menino Jesus?(1)
A jovem carmelita francesa é uma das santas mais conhecidas e veneradas no mundo inteiro.
Buissonnets: a casa da família da Santa |
Apenas à cidade de Lisieux — onde se encontra a residência de sua família e o convento carmelita no qual viveu e entregou sua belíssima alma a Deus — acorrem aproximadamente dois milhões de devotos todos os anos.
Primeira igreja edificada no mundo em honra de Santa Teresinha, Tijuca, RJ |
O primeiro é que a primeira igreja edificada no mundo (1924) em sua homenagem encontra-se no Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca.
Em segundo lugar, o precioso relicário — conhecido como “a urna do Brasil” confeccionado para conter seus restos mortais — foi oferecido pelo povo brasileiro.
Multidões afluem às igrejas dedicadas a Santa Teresinha em todos os continentes.
Lisieux, Carmelo, urna doada pelo Brasil |
— É a dor suportada heroicamente por amor de Deus, da qual nasce, segundo Plinio Corrêa de Oliveira, “a verdadeira glória”.
E aos que buscam sofregamente a popularidade alhures, deixo este outro comentário do Prof. Plinio:
“A popularidade é a glória dos demagogos. A glória é a popularidade dos Santos e dos heróis”.
A Virgem de Lisieux desprezou a popularidade comum; foi exaltada às honras da celebridade mundial, é venerada como santa em todas as nações!
Com efeito, desde a mais tenra infância, a pequenina e inteligente Teresa almejou a santidade, romper com o mundo, e sofrer por amor de Deus e pela salvação das almas.
Com apenas quatro anos afirmara: “Serei religiosa em um claustro”. E, de fato, ao completar 15 anos entrou para o Carmelo.
Em seus manuscritos autobiográficos, intitulados História de uma alma, ela
escreveu que desejava ser para Deus tudo ao mesmo tempo:
“Ser tua esposa, ó Jesus, ser carmelita, ser, por minha união contigo, a mãe das almas, isto deveria bastar-me... Não é assim...
Sta. Teresinha, noviça no Carmelo, em janeiro de 1889 |
“Enfim, sinto a necessidade, o desejo de realizar por ti, Jesus, todas as obras mais heroicas...
“Sinto em minha alma a coragem de um Cruzado, de um Zuavo pontifício. Quisera morrer sobre um campo de batalha, pela defesa da Igreja.
“Ó Jesus! Meu amor, minha vida... como aliar estes contrastes? Como realizar os desejos de minha pobre almazinha?.
“Ah, apesar de minha pequenez, quisera esclarecer as almas como os profetas, os doutores. Tenho a vocação de ser apóstolo [...]”.(2)
Na mencionada autobiografia, ela continua entusiasmadamente descrevendo que sentia-se chamada para grandes vocações — queria tudo, até mesmo derramar seu sangue lutando por Cristo e sua Igreja.
E Deus foi burilando a jovem carmelita, como se lapida a mais preciosa das pedras preciosas, para que essa belíssima alma, de dentro do claustro do convento, alcançasse graças para todas as grandes vocações — para os guerreiros, os padres, os apóstolos, os doutores, os mártires, enfim para que todos seus devotos atingissem o caminho da perfeição de modo acessível.
Sta. Teresinha em julho de 1996 |
E o Cardeal Vico afirmou: “A virtude de Teresa impõe-se com incrível majestade: a criança torna-se um herói, a virgem das mãos cheias de flores causa espanto pela sua coragem viril!”(3)
Com sua indomável força de alma, essa santa-cruzado é exemplo de vida, modelo do católico combatente, razão pela qual devemos recorrer à sua proteção. Tenhamos a certeza de que nos atenderá, pois ela mesma manifestou:
“O que me impulsiona a ir para o Céu é o pensamento de poder acender no amor de Deus uma multidão de almas que o louvarão eternamente.”
Foto feita em novembro de 1896. Sta. Teresinha, a primeira à direita, um ano antes de seu falecimento. |
Então, peçamos com confiança e seremos beneficiados por essa prodigiosa chuva de favores e graças, para nós e nossas famílias, para a Santa Igreja e o Brasil — neste momento tão trágico em que vivemos.
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Notas:
1. Nascida em 1873 na cidade francesa de Alençon, entrou para o Carmelo de Lisieux em 1888, onde faleceu com apenas 24 anos, em 1897.
2. Manuscritos Autobiográficos. Carmelo do Imaculado Coração de Maria e Santa Teresinha, Cotia, SP, 2ª. edição, 1960, p. 244.
3. L'Esprit de Ia Bienheureuse Thérese de l'Enfant-Jésus d'apres ses écrits. Office Central de Lisieux, 1924, p. VIII.
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