Elizabeth II comemorou o reinado cristão mais longo da história com uma festa familiar |
No dia 9 de setembro, Elizabeth II, Rainha da Inglaterra, atingiu a marca do mais longo reinado do mundo cristão, iniciado no dia 6 de fevereiro de 1952 com a súbita morte de seu pai, o rei Jorge VI.
A então princesa herdeira estava em viagem protocolar pela África quando recebeu a dolorosa notícia da morte de seu amado progenitor.
Ficou para a história a lancinante imagem da jovem e delicada princesa descendo sozinha do avião que a depositou em Londres. No pé da escada aguardavam-na o mítico Sir Winston Churchill com todo o ministério vestido de rigoroso preto.
O contraste entre a fragilidade e a delicadeza da nova rainha e a severidade e o ambiente lúgubre dos políticos é impressionante.
Quem diria que aquela princesinha, que se tinha tornado rainha no mesmo instante do falecimento do rei seu pai, haveria de reinar durante mais de 63 anos, sete meses e dois dias, que foi o recorde alcançado por sua tataravó, a rainha Vitória, no século XIX?
Quem teria dito que em meio aos vagalhões que derrubam um governo após outro, ela haveria de entrar corajosamente no III milênio como o chefe de Estado mais amado e o reinado mais longo e solidamente alicerçado do mundo?
Quando um presidente democrático consegue chegar a dois anos de governo sem ficar submerso no vitupério popular, comemora o fato como uma vitória homérica, faz espalhafatosas declarações pela mídia e se mantém com frequência bem longe do público.
Mas com índices de popularidade entre 70% e 80 %, a rainha Elizabeth II comemorou o mais longo reinado do mundo cristão com uma digna e simples festa de família.
Em seu castelo de Buckingham – um dos maiores do mundo, guardado pela sua prestigiosa guarda e atendido por um escolado e tradicional conjunto de servidores fiéis – não houve festa rumorosa, nem pompa e circunstância para comemorar a data.
Inumeráveis pessoas no mundo todo, monarquistas ou não, contaram regressivamente os dias e as horas, como se tratasse de um acontecimento pessoal.
Naquele dia a rainha cumpriu pontualmente suas obrigações de Estado, inaugurando uma linha de trem na Escócia.
À noite, jantou em seu castelo de Balmoral com membros da família, entre eles o príncipe William e a duquesa de Cambridge, Kate Middleton, os felizes pais dos bisnetos reais de Elizabeth II.
O relógio do Big-Ben de Londres tocou precisamente às 17h30 (13h30, horário de Brasília) para marcar o evento.
Aos 89 anos, a rainha Elizabeth II agradeceu o carinho recebido de seus súditos na ocasião e a todas as pessoas que lhe enviaram “mensagens comoventes de grande amabilidade” para parabenizá-la.
Nos palácios de Buckingham e de Windsor, na Inglaterra, e Holyroodhouse, na Escócia, houve exposições de fotografias e vídeos emblemáticos de seu reinado, bem como o oferecimento aos entusiastas, de souvenirs e louças de porcelana comemorativas da exibição Longest reigning monarch.
Uma moeda comemorativa também foi lançada pela Royal Mint, a Casa da Moeda britânica.
Em Londres, o Parlamento realizou uma sessão especial em homenagem à monarca com muitos aplausos e mensagens solenes. Mas a rainha discretamente fugiu dessas homenagens a que todo presidente pernibambo teria acorrido apressadamente para ganhar votos ou vantagens.
A rainha no dia da coroação. |
A rainha na festa da coroação meio século depois. |
Quando em 1952, aos 25 anos, Elizabeth II recebeu a coroa de Santo Eduardo na catedral de Westminster, todos os presentes bradaram três vezes “Deus Salve a Rainha”, salvas de tiros foram disparadas enquanto a multidão vibrava e enxugava as lágrimas.
Naquela ocasião, aproximadamente três milhões de pessoas ocuparam as ruas de Londres para poder ver a nova rainha coroada seguir na carruagem dourada até o palácio de Buckingham. Mais alguns milhões assistiram à coroação pela TV em preto e branco, que estava então começando a se espalhar.
Quantos bilhões teriam assistido à coroação se esta se realizasse hoje?
O recorde do reinado de Elizabeth II foi um grande triunfo dos valores familiares e cristãos numa época em que até na Igreja altos prelados reunidos em Roma tentam equiparar a dignidade do matrimônio e da família à condição imoral das uniões perversas e intrinsecamente desordenadas.
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