segunda-feira, 18 de junho de 2012

Elizabeth II rainha e mãe que trata seus subditos como filhos

Aureolada de prestígio
Por quê a rainha Elizabeth II é tão admirada no mundo, mundo esse imerso na sua imensa maioria, na democracia?

No magazine da intelligenzia socialista francesa “Le Nouvel Observateur”, Stéphane Bern assumiu essa árdua tarefa chegando a conclusões inesperadas para um republicano fanático.

Bern lembra o sagaz comentário do príncipe de Metternich: “a verdadeira obra mestra consiste em durar”.

E enquanto os chefes de repúblicas fogem de tudo o que soe a consulta popular de medo de serem banidos dos cargos ou frustrados em suas políticas, a rainha da Inglaterra comemora seis décadas envolta numa aureola de prestigio derivado de seu papel simbólico e moral.



Elizabeth II n tirou sua legitimidade de nenhum pleito democrático ou de uma agitação geral. Pelo contrário, a História, o berço, a elevaram sobre um pedestal por cima de todos os partidos e interesses particulares.

Como a soberana inglesa, reis e rainhas da velha Europa encarnam a identidade nacional nestes tempos de crise a identidade nacional que a nova Europa ameaça lhes tirar.

Na Uganda

Na França, velhos nacionalistas, republicanos esclerosados e socialistas ainda penetrados do espírito do Terror de 1794, mordem os lábios de inveja, vendo os britânicos mantendo alta a ideia de serem uma grande potência mundial porque conservam seu mais alto e altaneiro símbolo hierático: Elizabeth II, pela graça de Deus rainha de Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, do Canadá e da Austrália, da Nova Zelândia e de um total de 16 Estados independentes, chefe da Commonwealth que reúne 54 Estados e por volta de dois bilhões de fieis e leais sujeitos.

Ela não governa, os poderes executivos foram tirados da Coroa, mas com 86 anos, ela influencia muito mais do que qualquer governante. Ela é um ícone fora do tempo, explica Bern, que se burla das modas, uma figura materna e protetora, uma espécie de mãe benfeitora da nação que permite ao povo acreditar sempre num destino fora do comum.

A soberana inglesa desafia todos os critérios modernos de usura na hora em que o complexo de parecer jovem e a vontade de dissimular os efeitos da idade joga incontáveis europeus no ridículo.

Na embaixada britânica, Turquia

Elizabeth II é como uma fada que permite à nação atravessar todas as provas sem perder sua identidade nem sua dimensão moral. E

la conheceu todos os chefes de Estado e recebeu “para confissão” todas as tardes de terça feira às 18h, doze primeiros ministros desde Winston Churchill a David Cameron.

As ideologias, os partidos, os jogos de interesses mudaram sem cessar, mas ela encarnou sem desfalecimento a continuidade, a identidade e a unidade nacional.

As leis do reino a reduzem ao mero papel de “ser consultada, encorajar e advertir”. Porém, observa Bern, seu poder é muito superior ao das instituições: ela encarna profundamente a Inglaterra que ama seus cavalos e o campo, porque ela vibra ao uníssono com seu povo.

A rainha Elizabeth em visita à Irlanda
“O essencial de seu trabalho não é tanto presidir as cerimônias oficiais, mas a de preservar a mística da monarquia, conclui Bern, aludindo àquele superior desígnio que faz dos monarcas uma imagem viva d’Aquele Rei supremo, Criador de todas as coisas, que governa e sustenta tudo quanto existe como Senhor e Rei do universo.

Elizabeth II anunciou que morreria no trono. Ela recusou a aposentadoria como faria qualquer funcionária. Ungida pelos santos óleos na abadia de Westminster, seu trono é a Cruz onde exalará seu último suspiro.

Uma jornalista brasileira, na “Folha de S.Paulo” http://salvador2012.blogspot.com/2012/02/rainha-encara-vida-de-chatice-eterna.html tal vez achando fazer uma crítica palatável ao jet set, qualificou a vida da rainha de “chatice eterna”. “A rainha nunca chama a atenção, nunca faz banzé”, escreveu, como fazem – constatamos todos – inúmeros presidentes de um e outro sexo.

A rainha visita a Santa Sé
E explicou: “há 60 anos, Elizabeth jogou pela janela todas aquelas microglórias que nós conhecemos por pequenos prazeres da vida. (...) aos 25 anos, a idade que tinha quando ascendeu ao trono, deve ter sido duro abdicar de certos deleites”.

S.S. Bento XV ensinou que a nobreza está chamada a exercer um sacerdócio peculiar na ordem temporal: o “sacerdócio da nobreza”. Esse “sacerdócio”, obviamente, cabe em máximo grau ao soberano.

No comentário da jornalista, registramos um aspecto muito pouco considerado nas pessoas reais: o holocausto de sim próprio no exercício de uma missão que visa o bem do povo.

Holocausto esse que os assemelha a Nosso Senhor Jesus Cristo e que está na base das graças atuais que a instituição monárquica atrai para o país ainda mesmo quando a rainha – hélas! – é chefe de uma falsa igreja!


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