segunda-feira, 8 de junho de 2009

Paulistanos preferem estilo neoclássico enquanto templo da modernidade cai de podre

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo, pano azul segura blocos
O prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU-USP) de estilo moderno brutalista foi tido como "obra prima". Vinham vê-lo artistas contemporâneos de todo o mundo.

Hoje é a vergonha dos mestres e alunos. Assemelha-se a uma casa assombrada que beira a ruína.

Setores interditados, enxurradas de água suja nos dias de chuva que entrando por grandes fissuras, caixas de água recolhem a água das goteiras.

Uma grande rede azul visa segurar os blocos de concreto que soltam do teto e podem ferir alunos distraídos. Há estalactites um pouco por toda parte.

Professores e arquitetos discutem as soluções possíveis. Mas, as reformas feitas só aumentaram as disputas. Na corrida pelo mais moderno possível qualquer absurdo aconteceu.

Até uma porta de jacarandá com muxarabiê, último tributo ao passado de arquitetura colonial do País, foi arrancada da entrada do auditório. Em seu lugar, ficou uma porta chinfrim, boa para cozinha.

Varais assomam nas janelas do Conjunto Residencial da USP (Crusp), insensíveis ao fato que os enfadonhos prédios são tidos em conta de vacas sagradas do modernismo arquitetônico.
360º, projeto de Isay Weinfeld
No Departamento de Engenharia Elétrica, um novo teto de alumínio impede a entrada de luz natural em salas de aula e terraços.

Parece brincadeira, mas essa faculdade que investiga novas formas de consumo sustentável de energia, depois da reforma tem que acender a iluminação elétrica 24 horas sobre 24.

Entrementes, anuncia-se outro prédio símbolo, sucessor tal vez dos feitos da FAU-USP: o Edifício 360° a ser construído na zona oeste de São Paulo.

Até ganhou o Future Projects Awards, prêmio outorgado pela inglesa Architectural Review. O projeto apresenta ares de uma Cingapura de apartamentos caros. Um bloco retangular composto de caixotões empilhados como contêiner no cais.

Chegou-se a falar que, se o prédio for concluído, poderia ser o “novo símbolo da cidade”.

Neoclássico em SPEle quer divergir gritantemente do estilo neoclássico que os paulistanos de bom gosto preferem largamente.



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