Das cartas de Dona Leopoldina, imperatriz culta e dedicada
Entre as cartas recebidas por D. Pedro I, quando com sua comitiva encontrava-se junto ao riacho do Ipiranga, onde dera o histórico brado da independência do Brasil, vinha também uma que havia sido escrita em cuidadosa caligrafia feminina, assinada por sua própria esposa, e datada de 29 de agosto de 1822.
“Meu querido e Muito Amado Esposo: é preciso que volte com a maior brevidade; esteja persuadido que não só o Amor e a Amizade que me fazem assim desejar, mais que nunca, sua pronta presença, mas sim as críticas circunstâncias em que se acha o amado Brasil; só a sua presença, muita energia e rigor podem salvá-lo da ruína. As notícias de Lisboa são péssimas ‒ 14 batalhões vão embarcar nas três naus; mandou-se imprimir suas cartas e o povo lisbonense tem-se permitido toda qualidade de expressões indignas contra a sua pessoa”. É fácil admitir que as notícias enviadas por Dona Leopoldina tenham influído consideravelmente na decisão então tomada pelo protagonista de nossa Independência.
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Cinco anos antes - mais precisamente em 6 de novembro de 1817- a arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina de Habsburg, filha do Imperador Francisco I, da Áustria, chegara ao Rio de Janeiro.
Seu casamento com o Príncipe D.Pedro havia sido acertado diplomaticamente quase um ano antes, e para recebê-la a cidade do Rio de Janeiro amanhecera especialmente engalanada. Folhagens odoríferas perfumavam as ruas, colchas estendidas nas sacadas das ruas centrais decoravam o trecho por onde passariam os membros da comitiva real e a multidão se comprimia para assistir a chegada dessa ilustre arquiduquesa austríaca, que passaria a fazer parte da Família Imperial.
Antes de deixar Viena, a futura Imperatriz dedicou o melhor de seu tempo a conhecer e estudar o país para o qual se dirigia, bem como dominar fluentemente a língua portuguesa, rodeando-se também de livros e mapas que diversos naturalistas publicaram narrando suas visitas ao Brasil.
Em carta à sua tia, Grã Duquesa de Toscana, sua amiga e confidente de toda a vida, ela diz textualmente: “A viagem não me faz medo, creio que é até predestinação, pois sempre dizia que queria lá ir”.
D. Pedro II nobilita fazendeiro que libertou escravos
Na cidade de Ponta Grossa, por ocasião de sua viagem ao Paraná, D. Pedro II foi hospedado por um fazendeiro, que o cativou por sua simplicidade.
Após o almoço, no dia da partida, o anfitrião disse: — Senhor Imperador, eu podia ter feito mais alguma coisa. Podia ter matado mais uma vitela, mais um peru, mas preferi assinalar por outro modo a vossa passagem por esta terra e a honra de vir a esta sua casa. Libertei todos os meus escravos, que são mais de setenta, e peço a Vossa Majestade o favor de lhes entregar as cartas de liberdade.
Essa alocução tão simples quanto eloqüente emocionou profundamente o monarca, que agradeceu o gesto de benemerência do digno paranaense.
Por ocasião das graças, o ministro do Império levou ao imperador o decreto fazendo-o oficial da Ordem da Rosa. D. Pedro II argumentou: — Isto é pouco para esse benemérito. Faça-o barão! — Mas, Majestade, ele é quase analfabeto! — Não será o primeiro. E este é muito digno. Mande-me o decreto fazendo-o barão dos Campos Gerais.
(Fonte: ERNESTO MATTOSO - Cousas do meu tempo - Gounouilhou, Bordeaux, 1916, 338 p.)
Mais de meio milhão de cartas para São Nicolau
Na Alemanha, São Nicolau recebe 500 mil cartas enviadas por crianças cheias de esperança. Para atender esse afluxo, os correios alemães montam sete filiais natalinas. As cartas vão endereçadas a uma pequena cidade da Renânia do Norte-Vestfália, cujo nome significa Igreja do Anjo. Os pedidos afluem do mundo todo, e até em japonês, inglês, russo, chinês e português (e do Brasil). Dez donas-de-casa locais são responsáveis pela leitura dessa correspondência. As crianças recebem uma resposta-padrão, na qual o Menino Jesus agradece a iniciativa e envia uma pequena lembrança. Escrevem até aposentados e presidiários, “porque ficam alegres em saber que alguém lerá suas cartas”, explica Birgit Müller, uma das leitoras. Essas são algumas das doçuras que o Menino-Deus trouxe ao mundo. Entretanto, esse mesmo mundo está cada vez mais longe d’Ele...
Na intimidade da Corte imperial
Por ocasião da viagem à Inglaterra, D. Pedro II ouviu o concerto de um famoso pianista inglês na embaixada brasileira em Londres.
Algum tempo depois, o príncipe de Gales, futuro rei Eduardo VII, manifestou ao embaixador brasileiro, barão de Penedo, o desejo de que o pianista fosse condecorado pelo Brasil com a Ordem da Rosa.
O imperador não tolerava nesse pianista a falta de higiene.
Ao saber da proposta do príncipe de Gales, e lembrando-se de uma famosa comenda britânica, comentou ironicamente:
— Concordo, desde que antes o governo inglês lhe conceda a Ordem do Banho.
Fonte: LEOPOLDO BIBIANO XAVIER - Revivendo o Brasil-Império - Artpress, SP, 1991, 240 p.
Quando D. Pedro II visitou Ouro Preto em 1881, Bernardo Guimarães ofertou a ele os seus dois livros. As duas filhas do autor, Constança e Isabel, os entregaram ao Imperador numa bandeja. Ao receber os livros, D. Pedro II perguntou ao autor:
— São só estas as suas obras?
Aproximando de si as duas filhas, respondeu:
— E mais estas duas, que são as que mais aprecio.
Fonte: JOSUÉ MONTELLO - Anedotário geral da Academia Brasileira - Martins, SP, 1974, 480 p.
D. Pedro II, em São Paulo, entrou com sua comitiva numa câmara frigorífica, onde a temperatura era de cinco graus abaixo de zero.
O senador marquês de Paranaguá ficou de fora, aguardando.
Ao sair, e notando a posição desse membro do Senado, instituição que o espírito popular denominava “Sibéria”, o imperador gracejou:
— Oh! Nem me lembrava de que o senhor está à prova de temperatura mais fria.
Fonte: LEOPOLDO BIBIANO XAVIER - Revivendo o Brasil-Império - Artpress, SP, 1991, 240 p.
Nobreza de alma e simplicidade na vida da Princesa Isabel
A sensibilidade e o patriotismo da Princesa Isabel se revelam num documento íntimo, onde escreveu:
“A idéia de deixar os amigos, o País, tanta coisa que amo e que me lembra mil felicidades que gozei, faz-me romper em soluços. Nem por um momento, porém, desejei uma menor felicidade para minha Pátria. Mas o golpe foi duro”.
Este sentimento de identidade com o seu povo, ela o possuiu de tal modo, que além de viver na tradição popular, ela ficou figurando no folclore da Abolição. Estas quadrinhas, cantadas pelas crianças brasileiras, confirmam esse sentimento popular:
“Princesa Dona Isabel, / Mamãe disse que a Senhora / Perdeu seu trono na terra, / Mas tem um mais lindo agora. / No céu está esse trono / Que agora a Senhora tem, / Que além de ser mais bonito / Ninguém lho tira, ninguém”.
Dom Pedro II e a preta Eva. foto: Imperador do Brasil, 12 anos de idade.
Numa viagem ao interior de Minas, o D. Pedro II observou, no meio de uma multidão compacta, uma negra que fazia grande esforço para se aproximar dele, mas as pessoas à sua volta procuravam impedi-la. Compadecido, ordenou que a deixassem aproximar-se.
— Meu senhor, eu sou Eva, uma escrava fugida, e venho pedir a Vossa Majestade a minha liberdade.
O imperador mandou tomar as notas necessárias, e prometeu dar-lhe a liberdade quando regressasse. E efetivamente entregou à cativa o documento de alforria.
Algum tempo depois, indo a uma das janelas do palácio de São Cristóvão, no Rio, viu um guarda tentando impedir que uma preta velha entrasse.
Sua memória prodigiosa reconheceu imediatamente a ex-escrava de Minas, e ele ordenou:
— Entre aqui, Eva!
A preta precipitou-se porta adentro, e entregou ao seu protetor um saco de abacaxis, colhidos na roça que plantara depois de liberta.
Fonte: LEOPOLDO BIBIANO XAVIER - Revivendo o Brasil-Império - Artpress, SP, 1991, 240 p.
Tradição: é o suave elo de ligação entre a esperança de ontem e a realização de amanhã
Plinio Correa de Oliveira
Montado em animal desconhecido
Quintino da Cunha defendia um réu no Tribunal. O promotor, depois de prolongada arenga, e querendo encerrar a acusação, proclamou:
— Senhores do Conselho de Sentença, eu estou montado no Código Penal.
Quintino da Cunha rebateu, de imediato: — Pois faz muito mal em montar animal que não conhece.
No dia em que D. Pedro I abdicou, e os brasileiros proclamaram Dom Pedro II imperador com a idade de 5 anos, o seu preceptor foi encontrá-lo em local distante alguns quilômetros do Rio de Janeiro. Anunciou-lhe solenemente que horas antes ele se transformara em Majestade, e o conduziu de volta ao Rio.
No caminho, começa a chover. Dom Pedro corre até o casebre mais próximo e bate à porta com ansiedade, como faria qualquer monarca sem guarda-chuva. A voz trêmula de uma velhinha pergunta lá de dentro:
— Quem é?
Ofegante, devido à corrida, o imperador estreante proclama compassadamente, um a um, os seus 15 nomes: — Abra logo, vovó! Eu sou Pedro — João — Carlos — Leopoldo — Salvador — Bibiano — Francisco — Xavier — de Paula — Leocádio — Miguel — Gabriel — Rafael — Gonzaga — de Alcântara.
— Minha Nossa Senhora! Como é que eu vou arranjar lugar aqui para tanta gente?!
Carta escrita ao Imperador romano Tibério César (14 a 37 d.C.) por Publius Lentulus, da Judéia, predecessor de Pôncio Pilatos. A carta se refere a Jesus Cristo, que naquela época principiava as suas pregações nas terras da Palestina:
O Senador Publius Lentulus da Judéia ao César Romano:
Soube, ó César, que desejavas ter conhecimento do que passo a dizer-te.
Há aqui um homem chamado Jesus Cristo, a quem o povo chama profeta e os seus discípulos afirmam ser o filho de Deus, criador do Céu e da Terra.
Realmente, ó César, todos os dias chegam notícias das maravilhas deste Cristo. Para dizer-te em poucas palavras, dá vista aos cegos, cura doentes e surpreende toda a Jerusalém.
Belo e de aspecto insinuante, é um homem de justa estatura, e a sua figura é tão majestosa que todos o amam irresistivelmente. Sua fisionomia, de uma beleza incomparável, revela meiguice, e ao mesmo tempo tal dignidade, que ao olhar-se para ele cada qual se sente obrigado a amá-lo e temê-lo ao mesmo tempo.
O cabelo dele, até a altura das orelhas, é da cor das searas quando maduras, emoldurando divinamente a sua fronte radiosa de jovem mestre; caindo em anéis reluzentes, espalha-se pelos ombros com uma graça infinita, sendo então de uma cor indefinível, como o vinho claro e brilhante. Ele o traz apartado ao meio por uma risca, à moda dos nazarenos. A barba é da cor do cabelo e não muito larga, e também é dividida ao meio. O olhar de paz é profundo e grave, com reflexos de várias cores nos olhos, e o mais surpreendente é que resplandecem. As pupilas parecem os raios do Sol. Ninguém pode fitar-lhe o rosto deslumbrante.
O seu porte é muito distinto. Possui encanto e atrai os olhares. Tão belo o quanto pode um homem ser belo, ele é o mais nobre que imaginar se possa, e muito semelhante à sua mãe, a mais famosa figura de mulher que até hoje apareceu nesta terra.
Nunca foi visto sorrindo, mas já foi visto chorando várias vezes. As mãos e os braços são de uma grande beleza, que é um prazer contemplá-los. Faz-se amigo de todos e mostra-se alegre com gravidade. Quando é visto em público, aparece sempre com grande simplicidade. Quer fale, quer opere, fá-lo sempre com elegância e sobriedade. Toda a gente acha a conversação dele muito agradável e sedutora. Fala um idioma de misterioso encanto, e as multidões, compostas de judeus e de naturais da Capadócia, Panfília, Cirene e de muitas outras regiões, ficam perplexas ao ouvi-lo, pois cada qual o ouve como se fosse no próprio idioma pátrio.
Se a tua majestade, ó César, deseja vê-lo, avisa-me, que eu logo to enviarei. Apesar de nunca ter estudado, é senhor de todas as ciências. Em sua expressão divina, ele é a sublimação individualizada do magnetismo pessoal. As criaturas disputam-lhe a presença encantadora. As multidões seguem-lhe os passos, tocadas de singular admiração. Quase todos buscam tocar-lhe a vestidura, pois dele emanam irradiações virtuosas que curam moléstias pertinazes. Ele produz espontaneamente um clima de paz, que atinge a quantos lhe gozam a excelsa companhia. Anda com a cabeça descoberta e quase descalço, e a sua túnica alvíssima combina com a sutileza de seus traços delicados.
Muitas pessoas, quando o vêem ao longe, escarnecem dele, mas quando ele se aproxima e estão na sua frente, então tremem e admiram-no. De sua figura singular, extraordinária de beleza simples, vem um quê diferente, que arrebata as multidões, e essas serenam, ouvindo as suas promessas sobre um eterno reinado.
Os hebreus dizem que nunca viram homem semelhante a ele, cuja sabedoria excede a dos gênios. Nunca ouviram conselhos idênticos, nem tão sublime doutrina de humildade e de amor como a que ensina este Cristo. Amável ao conversar, torna-se temível quando repreende, mas mesmo nesse caso revela segurança e serenidade. É sobremodo sábio, modesto e muito casto. É um homem, enfim, que por suas divinas perfeições excede os outros filhos dos homens.
Muitos judeus o têm por divino e crêem nele. Também o acusam a mim, ó César, dizendo que ele é contra a tua majestade, porque afirma que reis e vassalos são todos iguais diante de Deus, e assevera que acima do teu poder, ó César, reina um único Deus, Todo-Poderoso, consolador de todos os homens desesperados e aflitos.
Ando apoquentado com estes hebreus que pretendem convencer-me de que ele nos é prejudicial. Mas os que o conhecem e a ele têm recorrido afirmam que ele nunca fez mal a pessoa alguma, e antes emprega todos os seus esforços para fazer toda a humanidade feliz.
Estou pronto, ó César, a obedecer-te e a cumprir o que nos ordenaste.
("Apologia Cristã", Ribeirão Preto, SP, p. 31)
Voltas demais
O marechal Osório, convidado para jantar em casa de um amigo, encontrou entre os convivas o barão de Cotegipe, seu adversário político. Durante o jantar, Cotegipe fez a Osório um brinde muito elogioso, que foi muito aplaudido. Cessados os aplausos, Osório devolveu: — Senhores, por minha vez brindo o senhor barão de Camaquã. Parecia um equívoco, e alguns tentaram corrigi-lo. Mas Osório prosseguiu: — Eu me explico: Camaquã é um rio da minha província, que dá muitas voltas. (Fonte: FOLCO MASUCCI - Anedotas Históricas Brasileiras - Edanee, SP, 1947, 267 p.)
Jesus Cristo e a calma
Nosso Senhor Jesus Cristo é a figura comunicativa da calma por excelência. É a calma em todos os sentidos e gradações possíveis da palavra calma. Ele o tempo inteiro teve calma, e não deixou de sentir calma. Inclusive o Sudário de Turim comunica calma!
A canção Anima Christi comunica uma calma inefável. Toda solenidade implica em calma.
Plinio Corrêa de Oliveira, 31/1/83
Senso da honra
O general Osório, durante a guerra do Paraguai, foi procurado por um negociante que queria vender cavalos ao Exército, na maioria imprestáveis. Queria uma carta do general, recomendando-o à Comissão. Osório respondeu: — Homem, você é entendido na matéria, e não desconhece as exigências do Governo. Se os seus cavalos são bons, para que quer recomendações? — Para evitar injustiças. — Pois, então, escreva você mesmo o que vou ditar. E ditou: "O portador vai conduzindo uma cavalhada, que pretende vender ao Estado, mediante o prévio exame da Comissão, de que V. Sas. são digníssimos membros. A primeira condição para a boa cavalaria é a velocidade, e esta depende da excelência dos cavalos; portanto, seria escusado lembrar duas coisas: primeira, que os animais imprestáveis que o portador levar devem ser recusados; e, segunda, que V. Sas. devem ser rigorosos no cumprimento das ordens do Governo. Esta carta só tem por fim pedir que V. Sas. despachem com brevidade o portador". — Não, General. Esta carta não me serve. — Pois então dê-ma. Tomando a carta, rasgou-a e perguntou: — Que queria de mim? Uma indignidade? Que idéia faz o senhor da honra alheia? Se não a tem, respeite a dos outros. (Fonte: LEOPOLDO BIBIANO XAVIER - Revivendo o Brasil-Império - Artpress, SP, 1991, 240 p.)
Após o golpe de 15 de novembro, a Família Imperial já está a bordo para a viagem ao exílio. A imperatriz D. Teresa Cristina lê nos jornais do dia o nome de um dos revolucionários, que recebera grandes benefícios do imperador, e desabafa: — Deodoro! Quem diria!? Sereno e imperturbável, D. Pedro II responde: — Senhora, se quando fazemos um benefício fosse já contando com a gratidão do beneficiado, então o ato perderia a sua nota principal, passando a ser um contrato interesseiro.
Fonte: LEOPOLDO BIBIANO XAVIER - Revivendo o Brasil-Império - Artpress, SP, 1991, 240 p.
O imperador D. Pedro II costumava fazer versos, geralmente sob a forma de sonetos. Escrevia fluentemente, de acordo com a métrica e a rima, mas sem grande inspiração poética. Nos saraus do palácio, havia os que aplaudiam os versos do monarca, mas geralmente Carlos de Laet se abstinha de fazê-lo. D. Pedro II lhe perguntou: — O que acha dos meus versinhos? — Muito bons. Mas Vossa Majestade poderia fazer coisa melhor.
Fonte: JOSUÉ MONTELLO - Anedotário geral da Academia Brasileira - Martins, SP, 1974, 480 p.
D. Pedro II mostrou um dos seus sonetos a Moniz Barreto. O poeta e repentista, depois de lê-lo, comentou: — Se eu tivesse perpetrado tal crime, Senhor, suicidar-me-ia. O imperador, inteiramente despreocupado de ser tido como literato, retrucou sorridente: — Ora, Senhor Moniz Barreto. Tu te fizeste réu de sandices muito maiores, e ainda estás vivo.
Fonte: LEOPOLDO BIBIANO XAVIER - Revivendo o Brasil-Império - Artpress, SP, 1991, 240 p.
O "Navio negreiro"
Em Salvador, o médico e político Manuel Vitorino recitava emocionado o Navio negreiro, de Castro Alves, para um numeroso público.
Num momento dramático do poema, são lançados dois apelos: — Andrada! Arranca esse pendão dos ares! Colombo!...
Nesse momento, uma vozinha de negro baiano responde, como se tivesse sido chamado: — Inhô?... — ... Fecha as portas dos teus mares! — Sim sinhô!
(Fonte: NAIR LACERDA - Grandes Anedotas da História - Cultrix, SP, 1977, 301 p.)
Tato diplomático de Dom Pedro II. Imperador em 1876
Na sua primeira viagem à Europa, estava D. Pedro II em Rouen, cidade francesa então ocupada pelas tropas alemãs.
Conhecedor da presença do soberano, o general Treslov, comandante da guarnição alemã de ocupação, foi cumprimentá-lo, comunicando-lhe que mandaria colocar à porta do hotel uma guarda de honra, e ordenaria que a banda militar alemã desse um concerto em sua homenagem.
D. Pedro II agradeceu a intenção delicada do comandante, mas recusou a homenagem:
— Se eu estivesse na Alemanha, aceitaria. Estou na França, entretanto, e não devo permitir que a música dos vencedores venha saudar-me em chão dos vencidos.
O general prussiano inclinou-se, acatando com admiração e respeito o gesto de delicada sensibilidade.
E o povo francês, sabedor da recusa imperial, demonstrou sempre para com Dom Pedro os mais vivos sentimentos de simpatia.
Exéquias da imperatriz Zita, catedral de Viena, 2.4.1989
Na cena representada no filme abaixo:
Após as exéquias solenes na catedral de Santo Estevão, Viena, os restos mortais dos augustos governantes da família dos imperadores da Áustria eram levados para a cripta dos capuchinhos no carro fúnebre imperial.
O protocolo a seguir foi observado, conforme à tradição, no funeral da Imperatriz Zita em 1º de abril de 1989:
O Grande Camareiro bate três vezes com uma bengala encastoada de prata na porta da capela do convento dos Capuchinhos, onde fica a cripta imperial.
O padre capuchinho porteiro pergunta:
‒ “Quem é o Sr.?” ou “Quem está aí?”
O Grande Camareiro declina o nome e os títulos do príncipe:
‒ “Eu sou N... Imperador da Áustria, Rei Apostólico da Hungria, Rei da Boêmia, da Dalmácia, da Croácia, da Eslavônia, da Galizia, da Lodomeria, da Ilíria e Rei de Jerusalém, Arquiduque da Áustria, Grã-duque da Toscana e Cracóvia, Duque de Lorena, de Salzburg, de Stiria, de Caríntia, de Carniola e de Bucovina, Grão-príncipe da Transilvânia, Margrave da Moravia, Duque da Alta-Silésia, da Baixa Silésia, de Módena, de Parma, de Piacenza e de Guastalla, de Auschwitz e Zator, de Ticino, de Friuli, de Ragusa e de Zara, Conde-príncipe de Habsburgo e do Tirol, de Kyburg, de Goritz e de Gradisca, Príncipe de Trento e de Brixen, Margrave da Alta e da Baixa Lusacia e de Istria, Conde de Hohenembs, de Feldkirch, de Brigance, de Sonnenberg, Senhor de Trieste, de Cattaro e de Marche, Grande-Voivoda da Sérvia, etc...”
Ouvindo a resposta, o padre porteiro se recusa a abrir dizendo:
‒ “Não conheço”.
O Grande Camareiro bate novamente três vezes na porta e pronuncia o nome do soberano morto respondendo a pergunta do frade “Quem é o Sr.?” ou “Quem está aí?”
‒ “Eu sou N... Sua Majestade o Imperador e o Rei”.
Resposta do religioso:
‒ “Não conheço”.
Cortejo fúnebre da imperatriz Zita, catedral de Viena, 2.4.1989
O Grande Camareiro dá mais três batidas.
A pergunta do irmão porteiro é a mesma:
‒ “Quem é o Sr.?”, ou “Quem está aí?”
Desta feita, o Grande Camareiro diz:
‒ “Sou N... um pobre mortal e pecador”.
A resposta final do padre porteiro é:
‒ “Pode entrar”.
As portas da cripta abrem-se e o caixão penetra através de uma dupla fileira de frades capuchinos que o recebem.
Em seguida, na capela é pronunciado o sermão final antes da descida do corpo à cripta.
Uma salva de 21 disparos de canhão ouve-se em Viena enquanto o féretro ingressa para sempre no sagrado panteão imperial.
Uma nota tônica da boa ordem católica ‒ felizmente desenvolvida na Civilização Cristã ‒ é a harmonia e a proporção nas desigualdades geradas pela natureza humana e pela História.
Neste episodio mínimo do cerimonial de enterro de um imperador, imperatriz, arquiduque ou arquiduquesa da Áustria os extremos se tocam com uma harmonia e até uma poesia pungente: a glória do mais alto governante da Cristandade e a condição de ser humano pecador, própria a toda a descendência de Eva.
Grupos de cidadãos saíram às ruas das cidades argentinas com panelaços em defesa do casamento. Eles pediam a revogação do voto do parlamento que introduziu o “casamento” sodomítico no Código Civil.
A população sente-se enganada por um processo legislativo que correu por baixo do pano e por deputados e senadores que prometeram votar no sentido contrário do que fizeram
O chefe do Cartório de Registro Civil da cidade de Concordia, na província de Entre Rios, fronteira com o Brasil, Alberto Arias, exprimiu no domingo sua rejeição ao “casamento” entre pessoas do mesmo sexo “por razão de consciência”. Ele delegará a obrigação a um funcionário caso alguém tente essa união anti-natural.
Os cidadãos querem o veto, porque querem a defesa do casamento. Apesar da impopularidade generalizada a reforma ameaça o próprio fundamento da família ‒ casamento ‒ equiparando-o às uniões homossexuais. É também uma ameaça contra os direitos da criança.
Arias, refletindo o sentimento da maioria da cidadania, declarou sua convicção de que não pode ser chamada de “casamento” a união de duas pessoas do mesmo sexo.
Esta é a segunda rejeição da reforma do Código Civil nos últimos dias. Na sexta-feira, na cidade de General Pico, província de La Pampa, a juíza Martha Covell, também se recusou a “casar” homossexuais “por questão de princípios religiosos”.
A rebelião cívica em defesa do matrimonio, longe de ser desencorajada pela ratificação parlamentar do projeto, animou panelaços em todo o país exigindo o veto à Lei comicamente apelidada de “gaymônio”.
Espontaneamente, os cidadãos chamando uns aos outros, na Capital Federal reuniram-se em grande número perante o Congresso Nacional para repudiar a lei, batendo panelas e objetos em rumoroso protesto
Em San Juan
Na Praça 25 de maio de San Juan, província do noroeste, a convocação foi feita através de SMS, Facebook, e e-mails.
San Juan
A rejeição da reforma do Código Civil para equiparar as uniões homossexuais ao casamento levou os cidadãos a continuar saindo às ruas para defender a família e defender o direito de menor de ser educado por um pai e uma mãe.
Os manifestantes também protestaram contra a capciosa doutrinação do “gênero”. Esta exige educar as crianças na falsa idéia de que ninguém nasce com um determinado sexo, mas que cada um escolhe o que quer.
Em San Juan, a convocação começou ao meio-dia, mas espalhou-se por todo o país. Muitos em outras cidades seguiram o exemplo em protesto contra o governo e os partidos políticos que aprovaram a lei.
O bispo de San Juan, D. Alfonso Delgado, disse que a lei do casamento homossexual “não tem a necessária legitimidade social” e foi feita à revelia das convicções do povo.
D. Delgado disse que a luta não acabou com a derrota parlamentar. “O compromisso com a dignidade do indivíduo, família e as crianças que são mais vulneráveis não termina com esta votação no Senado”.
“A norma jurídica aprovada não tem a necessária legitimidade social, porque contradiz um amplo consenso social observado no país. Trata-se de um grave dano ao bem social”, acrescentou.
Em Tucumán
Na populosa cidade de Tucumán, norte argentino, diferentes setores convocaram outro panelaço na Praça da Independência, na noite de quinta-feira 15 de Julho, repudiando “a covardia do senador provincial Sergio Mansilla”.
Os manifestantes também repudiaram a atitude da senadora Beatriz Rojkés, que votou contra a vontade do povo de Tucumán que 'representa', segundo disseram os organizadores. Não é uma questão de partidos, mas uma questão de valores básicos como a família que estão por cima de qualquer outra consideração.
Deputados e senadores, habituados à impunidade, estão descobrindo que em matéria como vida e família o povo pune em democracia de um modo que os têm espantados.
No Brasil, as esquerdas anti-vida já se preparam para desencadear nova ofensiva estimuladas pela lei argentina.
Em uma histórica mobilização, 200 mil argentinos vindos de todo o país se congregaram esta tarde em frente ao Congresso da Nação para defender a família e o matrimônio como a união entre homem e mulher perante as tentativas de legalizar o “matrimônio” entre pessoas do mesmo sexo e conceder a estes casais o direito à adoção de crianças., informou ACI Digital.
Manifestação na cidade de Santa Fé
A poucas horas de que o Senado trate um polêmico projeto de reforma do Código Civil sobre este tema, já aprovado pela Câmara Inferior, os manifestantes se dedicaram a proclamar o valor do matrimônio e a necessidade de proteger a família.
Conforme informou a agência católica AICA, “os organizadores destacaram o caráter pacífico da manifestação cidadã.
“Só houve ordens positivas em favor do matrimônio homem-mulher, bandeiras argentinas, e uma frase em comum: ‘Salvemos a família’.
“A cor laranja identificou os manifestantes, em sua maioria famílias com filhos, estudantes e representantes de movimentos eclesiais”.
Um dos momentos culminantes foi o ingresso à praça de uma bandeira nacional de 200 metros.
Ela foi trazida especialmente desde Rosário, aos gritos de “Argentina, Argentina!”.
Não ao "casamento homossexual" em Córdoba, centro do país
Manifestações semelhantes vêm acontecendo em todo o imenso território argentino
Alguns grupúsculos de militantes homossexuais tentaram um "ruidazo" no Obelisco. O local é de muita circulação por causa de casas e cinemas noturnos.
Segundo a imprensa portenha teriam se aproximado ao ato perto de 300 pessoas.
O ato teve caráter escandaloso e provocativo, porém teve sirviu para patentear a espantosa desproporção entre os postuladores do aberrante "casamento" e os defensores da família bem constituída.
Infelizmente essa desproporção não se reproduz -- como seria normal numa democracia -- no recinto dos deputados e senadores. Antes bem prevalece o contrário.
Repúdio ao casamento sodomítico em Tucumán, no Norte argentino
A decalagem entre os desejos do povo representado e seus representantes ameaça fazer passar o "casamento" indesejado pela maioria dos argentinos.
Video: 200.000 argentinos dizem NÃO ao "casamento homossexual"
Jóvens católicos equatorianos prometem castidade e fidelidade
Dez mil jovens equatorianos das cidades de Quito e Cuenca engajaram-se publicamente a ficarem castos até o casamento e, este uma vez realizado, a serem fiéis até a morte, informou a Agência da Igreja Católica Argentina ‒ AICA.
Amparo Medina, membro de Ação Provida, instituição organizadora do ato, os milhares de jovens ouviram “testemunhos sobre a indústria da morte, dos anticonceptivos, o aborto, a mentira do preservativo, as conseqüências da anticoncepção”.
Falaram mulheres que “nas portas de uma clínica de aborto com a ajuda de voluntárias de Provida, puderam ver o que é em verdade um aborto, receberam ajuda e disseram Sim à vida.
Os berros de emoção dos jovens vendo as criancinhas salvas e sua felizes mães, foram um grande Sim à vida”, acrescentou.
“Voltaremos a repetir atos como este, pela vida de nossos filhos e de nossas famílias. Por um Equador livre do impero da morte, da anticoncepção e do aborto", concluiu Amparo Medina.
120 militantes homossexuais e de extrema-esquerda cantando a Internacional e bradando slogans anarquistas como “proibido proibir” e blasfemias reuniram-se para um provocatório “kiss-in” homossexual na saída da missa da catedral de Lyon.
A ofensa fazia parte do ‘Dia Mundial contra a Homofobia’.
Uma centena de jovens católicos ocupou previamente a praça frente à catedral local rezando o terço e bradando “chega de catofobia!”, “Saint-Jean (a catedral) é nossa!”.
Os homossexuais aumentaram o ambiente de agressão exigindo que os católicos recolhessem um estandarte do Sagrado Coração de Jesus.
A polícia de choque recebera ordens de proteger a manifestação homossexual e os jovens católicos sentaram no chão para não serem expulsos. Eles ajoelharam e rezaram o terço.
Jovens defenderam a honra da catedral rezando o terço
Eles mantiveram a posição bradando “Europa, Juventude, Cristandade!” e agitando uma badeira do Vaticano.
Os policiais acabaram dispersando os provocadores homossexuais e tentaram dissolver os católicos que formavam uma cadeia com os braços dados.
Eles acabaram sendo espancados e resistiram aos gases.
Três horas depois deixaram a praça instados pela polícia. Porém, eles degustaram a vitória moral porque os extremistas do “Kiss do ódio anticristão” tinham desaparecido das redondezas sem atingir seu blasfemo objetivo.
Os católicos transmitiam os acontecimeentos pela Internet minuto a minuto recebendo grande quantidade de apoios de outros jovens.
Vídeos de TV francesa sobre a defesa da catedral de Lyon
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Na basílica de São Francisco na cidade de Siena, na Toscana, norte da Itália, venera-se um dos mais impressionantes milagres eucarísticos já acontecidos e que perdura até hoje.
Trata-se de 223 hóstias consagradas há 280 anos e que até agora estão intactas em uma das capelas laterais da basílica.
Os peregrinos “vêm de todo o mundo, onde há católicos. Vêm para ver o milagre. Quando chegam, cantam, comovem-se e choram de alegria”, explica o sacerdote franciscano Frei Paolo Spring, responsável da custódia das hóstias consagradas.
O fato sobrenatural aconteceu 14 de agosto de 1730. Mais precisamente, na véspera da festa da assunção de Nossa Senhora.
Na previsão da festa em todas as igrejas de Siena, os sacerdotes consagraram hóstias adicionais para quem quisesse receber o Corpo de Cristo no dia seguinte.
Na noite daquele dia, todos os sacerdotes de Siena se reuniram na catedral para fazer uma vigília e deixaram suas respectivas igrejas sozinhas. Alguns ladrões aproveitaram e entraram na basílica de São Francisco para roubar o copo de ouro com as hóstias consagradas.
Na manhã seguinte se deram conta do sacrilégio: as hóstias não estavam e, no meio da rua, um paroquiano encontrou a parte de cima do copo confirmando que a Sagrada Eucaristia havia sido roubada.
Siena, basílica de São Francisco
Os habitantes de Siena começaram então a rezar para que aparecessem as partículas que do Corpo, Sangue, alma e divindade de Jesus Cristo.
Três dias depois, um homem que rezava na igreja de Santa Maria em Provenzano, bem perto da Basílica de São Francisco, viu algo de cor branca numa caixa destinada para doação dos pobres.
Quando abriram a caixa, encontraram as 351 hóstias consagradas ‒ o número exato de hóstias roubadas.
Elas estavam cheias de poeira e teia de aranha e os sacerdotes as limparam cuidadosamente.
Milhares de fiéis foram até a basílica em espírito de adoração e reparação para agradecer a descoberta. Essas não foram distribuídas, ao que parece, porque os franciscanos queriam que os peregrinos as adorassem até o momento em que se deteriorassem (porque ao se deteriorar, desaparece a presença real de Cristo).
Mas as hóstias permaneciam intactas e com um odor muito agradável. O povo começou a considerá-las milagrosas e cada vez iam mais peregrinos para adorá-las. Algumas poucas foram distribuídas em ocasiões especiais.
Milagre eucarístico de Siena
Hoje, 280 anos depois, ainda permanecem 223 hóstias exatamente no mesmo estado que tinham no dia em que foram consagradas.
“Em diversas etapas foram examinadas e fisicamente conservam todas as características de uma hóstia recém-feita”, explica o padre Paolo.
Em 1914, foi feito um exame mais rigoroso desse milagre, por disposição do Papa São Pio X. “As Sagradas Partículas resultaram em perfeito estado de consistência, lúcidas, brancas, perfumadas e intactas”, disse padre Spring.
Na mesma ocasião os exames constataram que as hóstias roubadas estavam conservadas sem precauções científicas e guardadas em condições normais, e que, por isso mesmo, a deterioração deveria ter sido rápida.
Numerosos Papas e Santos ‒ como Don Bosco ‒ foram adorar o Corpo de Cristo miraculosamente preservado até hoje.
“Aqui existem duas coisas milagrosas”, diz o padre Spring, apontando as hóstias consagradas há quase três séculos. “O tempo não existe, se deteve”. E o sacerdote explica o segundo milagre: “os corpos compostos e as substâncias orgânicas estão sujeitos a murchar”. É um milagre vivo, contínuo, não sabemos até quando o Senhor o permitirá”, concluiu.
O governo espanhol aprovou a fundação “Marquesa de Balboa Anciãos Solitários Venidos a Menos”, noticiou o diário “El País”
Ela visa “atender e cuidar a pobres vergonzantes e anciãos solitários venidos a menos, preferentemente às pessoas que tiveram uma boa posição, com preferência a condição social que teve a extinta Exma Sra. Marquesa de Balboa, que precisam de ajuda e não se atrevem a solicitá-la ou não o conseguem”.
A direção da Fundação cabe à Leticia de Borbón de Rojas, Condesa de Torrellano, e a Oliva de Borbón y Rueda, Marquesa de Villamantilla de Perales.
A iniciativa atende modelarmente à “opção preferencial pelos nobres” simétrica e complementar à “opção preferencial pelos pobres” estimuladas pela caridade católica, como mostrou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira no livro “Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana”.
Cabo Andrew Koenig mostra bala taleban em seu casco
Em Mariaj, Afeganistão, o jornalista Michael M. Phillips do “The Wall Street Journal” olhava pasmo o casco do cabo Andrew Koenig perfurado por um tiro de um fanático islâmico. Mas, o cabo passava bem. Tim Coderre, detetive que trabalha para os Marines, interrogava-se: “ele está vivo por alguma razão, isto não acontece por azar”.
Perto dele, o cabo Christopher Ahrens contou ter sido alvejado por duas balas no casco no Afeganistão e três no Iraque. Ele mostrou orifícios de entrada e saída dos projéteis no seu casco.
Virando-o, mostrou o interior forrado com uma grande imagem de São Miguel Arcanjo esmagando a cabeça de Lúcifer. Com um sorriso, acrescentou: “eu não preciso de sorte”.
Milagres e proteções extraordinárias acontecem não só aos santos e cruzados, mas também àqueles que com confiança lutam pela boa causa nos nossos dias.
Para se compreender o espírito italiano, é necessário ter em vista que ele comporta duas vias: uma consiste em imaginar um mundo como poderia ser — o dos sonhos; outra, a realidade concreta, dentro da qual os italianos ingressam com muito senso dessa realidade.
O senso da arte e o senso do comércio formam na Bella Penisola uma composição em que não se sabe bem qual é o vencedor. Depois de ter dado uma tacada na indústria, o peninsular cantarola. Depois examina se o bolso está cheio e se empenha em novos negócios!
Há um duplo movimento de vivacidade, que não é o velho estilo imperial romano. Analisando a canção italiana, a arte italiana, elas manifestam uma forma especial de leveza, muito particular.
Enquanto o espanhol parece dar saltos para atingir o Céu, a índole italiana, marcada a fundo pela Renascença, parece ascender para atingir o ápice do que seria o Céu na Terra.
A vida alegre, a bonomia, a brincadeira, a fraternidade, a graça e arte para ornar tudo, para tornar esta vida a mais agradável possível – única no seu gênero – não corresponde ao espírito espanhol nem ao português.
O que produziu tal concepção? A matriz de todas as artes do Ocidente! Tudo que surgiu da Renascença até nossos dias se inspirou na Itália.
Constatamos a marca italiana presente no mundo inteiro.
A Itália conseguiu sem grandes batalhas – nunca se interessou muito pelo gênero –, sem formar um grande império como o antigo império romano, a influência artística, muito mais pujante que o influxo artístico do império romano.
E o império cultural italiano é muito maior do que foi o império cultural romano. A Itália é uma grande nação, com expressão enorme na história do mundo, e influência toda especial na história da Igreja.
A Igreja foi fundada para ter a sua sede em Roma. E esta sede é como um chafariz da influência italiana no universo.
As riquezas e diversidades do gênio italiano são tão extraordinárias, que é impossível contê-las apenas numa conferência.
São João Batista Maria Vianney e o futuro da Inglaterra
São João Batista Maria Vianney, o famoso cura de Ars, foi um outro santo que previa um futuro católico radioso para uma Inglaterra que retornou ao seio da Igreja Católica.
O Pe. J.-M. Curique nos fala disso na sua coleção de profecias “Voix prophétiques ‒ ou signes, apparitions et prédictions modernes touchant les grands événements de la Chrétienté au XIXème siècle et vers l'approche de la fin des temps”, (Paris, Victor Palmé editor, 1872, tomo II, 4ª edição, 505 p.).
“O bispo de Birmingham – escreve o Pe. Curique – contou num relato publicado recentemente sua romaria a Ars poucos anos antes da morte do santo pároco, e que lhe acendeu a esperança da Inglaterra:
“Eu lhe pedi, escreveu o bispo, orações pela Inglaterra (...) subitamente seus olhos abriram-se e fixando-os sobre mim com um desses olhares luminosos, ele exclamou com uma voz que não esquecerei jamais, como quem quer fazer uma confidência:
‒ “Eu estou certo que a Igreja de Inglaterra recuperará seu antigo esplendor”. (p. 165-166)
O Servo de Deus Bartolomeu Holzhauser
Poucas almas eleitas tiveram tanta fama pelas suas luzes proféticas quanto o Servo de Deus Bartolomeu Holzhauser. Este sacerdote foi autor de um comentário do Apocalipse que fundou escola.
No livro “Prophezeiungen, Visionen und Auslegung der Apokalypse”, (“Profecias, visões e interpretação do Apocalipse”), editado por Kreuz-Verlag em Viena (1ª ed, 1972, com autorização eclesiástica), Friedrich R. von Lanna, lemos:
“A partir de Bingen, pouco depois, fez uma visita a Carlos II da Inglaterra (...) quando este parou em Geisenheim de regresso à Inglaterra depois da decapitação de seu antecessor. O encontro se deu à meia-noite e foi de longa duração. Holzhauser participou ao rei que há vários anos já sabia, por revelação divina, que Carlos I terminaria sua vida no cadafalso. Disse que Deus permitira esse fim trágico para castigar aquele monarca por ter recusado o seu reconhecimento ao Chefe visível da Igreja. Tranqüilizou então o rei quanto ao futuro, e lhe assegurou de que à triste revolução no seu reino seguir-se-ia em breve tranqüilidade e ordem. Acrescentou à profecia de que a Inglaterra algum dia voltará à fé católica, prestando então à religião serviços ainda maiores do que depois de sua primeira conversão.”
Por sua vez, Mons. Wuilleret, autor da mais cotada tradução dos comentários ao Apocalipse do Servo de Deus Bartolomeu Holzhauser (« Interprétation de l'Apocalypse renfermant l'Histoire des sept âges de l'Eglise Catholique et les grandes scènes de la fin du monde traduit du latin par le chanoine de Wuilleret », Louis Vivès editor, Paris, 1856, 2 volumes) acrescenta:
“Holzhauser desejou muito ir à Inglaterra para iniciar essa obra de conversão, mas seu trabalho com a paróquia e com as escolas que fundara em Bingen o retiveram”.
Pe. Nectoux S. J.
Um caso que requer muita prudência na interpretação é o do sacerdote jesuíta Charles-Auguste-Lazare Nectoux S.J. (1698-1773). Nascido em nobre berço, ingressou na Companhia de Jesus da qual foi o último provincial na Aquitania, França, antes da ordem ser fechada em 1762. Ele previu a dissolução da Companhia de Jesus e o que adviria depois.
Ele também previu um castigo universal sobre a humanidade que Michel Servant retransmite nestes termos:
“Haverá então um momento tão espantoso que acreditar-se-á ser o fim do mundo. O sangue correrá em muitas grandes cidades: os elementos entrarão em convulsão como num pequeno juízo.
“Perecerá nessa catástrofe uma grande multidão de homens, mas os maus não prevalecerão. Eles terão a intenção de destruir inteiramente a Igreja; mas não lhes será dado tempo.
“Avizinhar-se-á essa catástrofe quando a Inglaterra começar a se abalar. Saber-se-á por este sinal, como se conhece a proximidade do verão quando a figueira começa a brotar.
“Inglaterra, por sua vez, sofrerá uma revolução mais terrível do que a Revolução Francesa, e durará bastante tempo para que a França tenha tempo para se tranqüilizar. Será a França a ajudar a restabelecer a paz na Inglaterra.
“Durante esse transtorno espantoso que, ao que parece será geral, e não só na França, Paris será inteiramente destruída, não sem que antes apareçam sinais que darão tempo aos bons para fugir. Sua destruição será tão completa, que vinte anos depois, os país passeando com os filhos sobre as ruínas responderão: ali houve uma grande cidade, porém por causa de seus crimes Deus a destruiu” (M. Servant, p. 309, 341 y 389).
No Domingo de Ramos, comemora-se a entrada triunfante de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém.
No andor principal Nosso Senhor entra sobre um burrico na Cidade Santa. No andor seguinte, a Mãe de Deus contempla a tragédia que se avoluma.
A entrada de Jesus em Jerusalém, no Domingo de Ramos, patenteia quanto o povo O apreciava incompletamente.
Aclamavam-No, é verdade, mas Ele merecia aclamações incomensuravelmente superiores, e uma adoração bem diversa!
Humildemente sentado num burrico, Ele atravessava aquele povo, impulsionando todos ao amor de Deus.
Em geral, as pinturas e gravuras O apresentam olhando pesaroso e quase severo para a multidão.
Para Ele, o interior das almas não oferecia segredo. Ele percebia a insuficiência e a precariedade daquela ovação.
Nossa Senhora acompanhava passo a passo a tragédia
Nossa Senhora percebia tudo o que acontecia, e oferecia a Nosso Senhor a reparação do seu amor puríssimo.
Que requinte de glória para Nosso Senhor! Porque Nossa Senhora vale incomparavelmente mais do que todo o resto da Criação.
Este é o lado misterioso da trama dos acontecimentos da Semana Santa.
Maria representava todas as almas piedosas que, meditando a Paixão, haveriam de ter pena d’Ele e lamentariam não terem vivido naquele tempo para tomar posição a seu lado.
A profecia mais antiga da prevaricação da Inglaterra e sua futura conversão é de um rei inglês, o grande Santo Eduardo o Confessor. Ela se encontra registrada num antigo manuscrito da Biblioteca Bodleiana de Oxford, que leva o nome de “Vita beati Edwardi regis et Confessoris” (manuscrito Selden 55). Ele foi reproduzido pela Catholic Encyclopedia.
Por ocasião do restabelecimento da hierarquia católica na Inglaterra pelo Papa Pio IX em 1850, o aristocrata convertido ao catolicismo Ambrose Lisle Philipps re-exumou o documento e o transmitiu para o Conde de Shrewsbury. Ele reza assim:
“Durante o mês de janeiro de 1066, o rei santo da Inglaterra Santo Eduardo o Confessor estava confinado no leito pela derradeira doença no Palácio Real de Westminster.
“São Ælred, Abade de Rievaulx, em Yorkshire, relata que pouco antes de sua bem-aventurada morte, este rei santo entrou em êxtase.
“Nele viu dois piedosos monges beneditinos da Normandia, que ele havia conhecido em sua juventude durante seu exílio naquele país. Apareceram para ele, e lhe revelaram o que iria acontecer com a Inglaterra nos séculos futuros, e a causa do terrível castigo. Eles disseram:
“A extrema corrupção e maldade do povo inglês tem provocado a ira justa de Deus. Quando a malícia atingir a plenitude da medida, Deus, em sua ira, enviará para o povo inglês espíritos maus, que vão puni-lo e afligi-lo com grande severidade, separando a árvore verde de suas raízes durante a extensão de três “furlongs” (estádios, períodos, séculos).
“Mas esta mesma árvore, pela misericórdia de Deus compassivo, sem quaisquer nacionais (governamentais) que a assistam, deve retornar à sua raiz original, reflorescer e dar abundantes frutos.
“Depois de ter ouvido essas palavras proféticas, o santo rei Eduardo abriu os olhos, recuperou os sentidos, e a visão desapareceu. Ele imediatamente relatou tudo o que tinha visto e ouvido a seu cônjuge, a virgem Edgitha, a Stigand, arcebispo de Cantuária, e a Harold, seu sucessor ao trono, que estavam no quarto orando em torno do leito”.
Visões e anseios proféticos de São Paulo da Cruz pela conversão da Inglaterra
Um santo canonizado que consagrou sua vida à conversão da Grã-Bretanha foi São Paulo da Cruz (1694-1775), sacerdote italiano, fundador dos padres passionistas.
No livro “Vida do bem-aventurado Paulo da Cruz” (Londres, 1860) o padre passionista Pio do Nome de Maria escreve o seguinte:
“Freqüentemente ele acostumava dizer com muito sentimento:
“Ah, Inglaterra, Inglaterra, rezemos pela Inglaterra. Eu não posso parar de fazê-lo ainda que queira, pois desde que eu começo a rezar, esse infeliz reino aparece diante de min. Já faz cinqüenta anos que eu estou rezando pela conversão da Inglaterra.
“Eu o faço todos os dias pela manhã na Santa Missa. Eu não sei quais são as intenções de Deus sobre esse reino; tal vez Ele quer ainda ter misericórdia com ele, e o dia chegará quando Ele, na sua bondade, o trará de novo para a verdadeira fé. Bem, rezemos por essa bênção e deixemo-lo nas mãos de Deus”.
“Um dia que ele estava doente, o enfermeiro entrou no quarto e encontrou-o em êxtase. Ele teve que chacoalhá-lo três vezes pelo menos até ele voltar a si. Ele então exclamou: “Oh, onde é que eu estava exatamente agora? Eu estava em espírito na Inglaterra contemplando o grande número de mártires dos tempos passados e rezando a Deus por esse reino”.
“Deus quis consolar, ao menos em parte, seu servo pois uma manha após celebrar a Missa e rezando pela conversão dos ingleses, ele disse com grande alegria:
‒ “Oh, o que é que eu vi? Meus religiosos na Inglaterra!”
“E ele não se enganou, pois um de seus filhos, o Pe. Domingos da Mãe de Deus, um religioso que se destacava pelo estudo, oração e zelo, herdou o espírito de seu amado padre e continuou durante 27 anos rezando e fazendo outros rezarem pela conversão daquela ilha, desejando ardentemente ir a trabalhar e morrer em tão santa causa.
“O santo confidenciou a um de seus discípulos, que estudava teologia sob sua direção, que esse desejo consumia-o, e que, numa visão na qual Nossa Senhora tinha se dignado lhe aparecer, Ela consolou-o com a garantia de que seus desejos um dia seriam atendidos, e assim veio a acontecer.
“Após tantos anos de orações e desejos o discípulo foi a Inglaterra no ano de 1841, em circunstâncias que pareciam quase miraculosas.
“Durante oito anos ele trabalhou com imenso zelo, reconciliando para a Santa Igreja bom número de protestantes, e entre eles várias pessoas de primeira linha pela sua educação e rango.
“Ele fundou ali três casas, e a Inglaterra tornou-se uma das províncias de nosso Instituto. Seu nome ficou famoso entre os católicos desse reino, que olhavam para ele como um homem apostólico e um santo religioso.
“No meio de seus trabalhos, no ano de 1849, apraz a Deus chamá-lo ao repouso eterno, após ter realizado pessoalmente o que seu bem-aventurado fundador viu em espírito. Isto é, seus filhos trabalhando com bom sucesso pelo retorno de essa nação ao aprisco da Igreja”.
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Quando Maximin, vidente de La Salette, redigiu o Segredo que lhe confiou Nossa Senhora em 1851 escreveu: “um grande país no norte da Europa, hoje protestante, se converterá. Pelo apoio desta nação todos os outros países se converterão”.
Na redação de seu Segredo feita em 1853 Maximin registrou que esse país protestante seria a Inglaterra.
Essas são suas palavras redigidas em 5 de agosto de 1853:
“A Inglaterra será o instrumento pelo qual todas as nações do universo se converterão”.
Dita conversão seria um dos sinais da proximidade dos terríveis castigos que purificariam o mundo preparando o advento do Reino de Maria.
Esta previsão adquiriu cogente atualidade após a notícia oficial que a Igreja Católica se apresta a receber grandes blocos de anglicanos ‒ sobre tudo ingleses ‒ agastados com a nomeação de “sacerdotisas”, “bispos” e “bispas” homossexuais.
Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Lancaster, outubro de 2009
As notícias da mídia inglesa especulam que poderiam ser milhões. Entre eles tal vez 30-50 “bispos” e 1.000 “sacerdotes” (os anglicanos não têm o sacramento da Ordem, e esses títulos não têm o significado que têm no Catolicismo).
Para o influente diário de Londres “The Times”, no fim do processo a igreja anglicana poderia ficar reduzida a uma insignificância residual.
A simples perspectiva da conversão de grande número de anglicanos ao catolicismo causou, obviamente, forte mal-estar nos ambients anti-católicos, em certa mídia e nos ambientes "progressistas" intoxicados por um falso ecumenismo.
O fato tem projeção política, social e cultural. O anglicanismo é a religião oficial de Estado e a rainha Elisabeth II é a chefe nominal dela.
Peregrinação das relíquias de Santa Terezinha, Darlington, outubro de 2009
Uma lei proíbe os católicos herdarem o trono. Porém, houve casos recentes de príncipes e princesas da casa real inglesa que se tornaram católicos.
Segundo boatos nunca confirmados, mas também nunca infirmados, a rainha teria, ela própria, ocultas simpatias pelo catolicismo e participa do desgosto de inúmeros anglicanos com a decomposição moral do “clero” dessa denominação.
Há sérias iniciativas parlamentares visando remover a lei que proíbe um príncipe católico herdar o trono.
A passagem em massa de anglicanos para o catolicismo fez lembrar não só La Salette mas outras profecias particulares relativas à conversão da Inglaterra.
A visão de São Domingos Sávio
Além do segredo de La Salette a mais famosa é o “sonho” de São Domingos Sávio. Em verdade, tratou-se de um êxtase que o menino santo chamou de “distração”.
Este “sonho” é especialmente digno de nota, pois envolve também a São João Bosco e ao Beato Pio IX. A vida e a obra dos três foi objeto dos severos crivos dos processos de beatificação e canonização. Neles, escritos e falas dos três foram analisados com lupa pelos advogados vaticanos que os declararam isentos de todo erro contra a fé ou contra a moral.
A visão num êxtase de São Domingos Sávio foi descrita pelo próprio São João Bosco no capítulo XX do livro “Vita del giovanetto Savio Domenico” (“Vida do jovem Domingos Sávio”) .
Don Bosco conta que estando perto de São Domingos Sávio agonizante perguntou-lhe o que ele diria ao Papa se pudesse falar-lhe. De ali nasceu o seguinte diálogo entre os dois santos:
“‒ Se eu pudesse falar ao Papa, quereria lhe dizer que em meio às tribulações que o aguardam não deixe de trabalhar com especial solicitude pela Inglaterra; Deus prepara um grande triunfo do catolicismo naquele reino.
“‒ No que é que V. baseia essas palavras?
“‒ Vou contar-lhe, mas não mencione isso aos outros, pois podem achar ridículo. Mas se o Sr. vai a Roma, diga-o a Pio IX por mim. (...)
“Certa manhã, durante minha ação de graças após a comunhão, voltei a ter uma distração, que me pareceu estranha; eu achei ver uma grande parte de um país envolvida em grossas brumas, e estava cheia com uma multidão de pessoas. Estavam se movendo, mas como homens que, tendo perdido seu caminho, não estavam certos onde pisavam.
“Alguém próximo disse: ‘Esta é a Inglaterra.’
“Eu estava para fazer algumas perguntas a respeito disso quando vi Sua Santidade Pio IX, representado da mesma maneira que vi nas figuras.
“Ele estava majestosamente vestido, e estava carregando uma tocha brilhante com a qual ele se aproximou da multidão, como que para iluminar sua escuridão.
“À medida que se aproximava, a luz da tocha parecia dispersar a névoa, e as pessoas foram trazidas à plena luz do dia.
“Esta tocha,” disse meu informante, “é a religião Católica que está para iluminar a Inglaterra”.
No Boletim Salesiano (Turim, abril de 1924, nº 4), ainda encontramos as seguintes confidências ouvidas por São João Bosco da boca do menino santo:
‒ “Quantas almas aguardam nossa ajuda na Inglaterra! Oh se eu tivesse força e virtude, quereria ir para lá aqui na hora e conquistá-las todas para o Senhor com pregações e com o bom exemplo”.
No mesmo boletim (1° de março de 1950, nº 5), ainda lemos:
“No dia seguinte, ele fez todos os exercícios pela boa morte, despediu-se dos companheiros, um por um, pagou uma dívida de dois tostões que tinha com um deles, falou aos sócios da Companhia da Imaculada, e por fim saudou a Don Bosco dizendo:
‒ “O Sr. indo a Roma lembre do recado para o Papa pela Inglaterra. Reze por mim para que eu possa ter uma boa morte e adeus até o Paraíso...”
“No ano de 1858 quando eu fui a Roma, contei essas coisas ao Sumo Pontífice, que ouviu com bondade e aprazimento.
“Isto, disse o Papa, me confirma no propósito de trabalhar energicamente em favor da Inglaterra, pela qual eu já engajo as minhas mais vivas solicitudes. Esse relato, para não dizer mais, chega-me como o conselho de uma boa alma.”
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E São Domingos Sávio não foi nem o único nem o primeiro santo que recebeu luzes proféticas sobre a conversão futura da Inglaterra e dos grandes fatos que adviriam en conseqüência do retorno inglês à Fé católica, única verdadeira.
Sobre essas visões, escreveremos nos próximos posts.
A pequena cidade de Salcininkai, na Lituânia, entronizou a “Jesus Cristo como rei de nossa cidade e declarou, solenemente, que ele é seu soberano e protetor” [foto], nas palavras do prefeito da cidade, Zdzislav Palevic, citado pela agência Baltic News Service.
“Durante este período difícil, quando a crise atinge todo o mundo, o papel de Jesus é importante não apenas para a vida das pessoas, mas também para a vida política e cultural”, proclama o ato de entronização, adotado por unanimidade pela Câmara local.
Salcininkai imitou Vilnius, primeira cidade da Lituânia a entronizar a Cristo Rei. A Lituânia, pequeno país que sofreu a opressão da malfadada URSS, agora é hostilizada pela União Européia, em virtude de sua catolicidade e de sua resistência a leis imorais como a do perverso “casamento” homossexual.
A história do Apóstolo São Paulo é rica em pormenores saborosos. E um traço característico é que se trata de uma história de violência.
Saulo foi um homem violento na perseguição à Igreja nascente, que ele queria exterminar.
Respirava violência e desejo de extermínio, era famoso pela sua violência e um inimigo radical dos católicos.
No caminho para Damasco, ocorreu aquele acontecimento violento: Saulo, Saulo, por que me persegues?
Ele caiu do cavalo, ficou cego e indagou:
–– Quem sois, Senhor?
— Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
— Senhor, o que quereis que eu faça?
Ele foi curado, começou a ver e tornou-se pronto para a luta. Uma mudança completa e estrepitosa: passou a pregar o nome de Jesus, que antes perseguia.
É o líder da violência, que muda com toda a sua radicalidade para o outro lado.
Para o apostolado, ele empreendeu inúmeras viagens, enfrentou riscos e operou conversões extraordinárias. Com isso abriu um sulco sobre o qual a Igreja Católica se desenvolveu.
Depois agiu violentamente contra o Império Romano, foi o primeiro passo para a derrubada do paganismo.
Até no final de sua vida, foi santamente violento em relação a Deus Nosso Senhor, quando bradou: "Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé. Já me está preparada a coroa da justiça."
É uma espécie de atestado brilhante que ele dá de sua própria fidelidade. É como um homem de consciência tranqüila que se apresenta diante de Deus.
Os católicos moles gostariam de qualificar isso como falta de humildade. Mas, como foi o brado de um santo, não têm remédio senão ficar quietos.
O católico amolecido não gosta de conversões violentas. Não gosta de cogitar em conversões de homens sábios, de conversões de homens que mudam as coisas.
Devemos pedir a São Paulo essa zelo ardoroso pela causa de Deus. Ele lutou para derrubar o paganismo, nós devemos ter essa santa violência para derrubar em nossos dias o mal que está no auge, mais poderoso que o paganismo no tempo dele.
(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 25/01/1965, in "CATOLICISMO", junho de 2008)
Quis a Providência que o Menino Jesus recebesse a visita de três sábios — que segundo uma venerável tradição eram também reis — e alguns pastores.
Precisamente os dois extremos da escala humana dos valores.
Pois o rei está de direito no ápice do prestígio social, da autoridade política e do poder econômico, e o sábio é a mais alta expressão da capacidade intelectual.
Na escala dos valores o pastor se encontra, em matéria de prestígio, poder e ciência, no grau mínimo, no rés-do-chão.
Ora, a graça divina, que chamou ao presépio os Reis Magos do fundo de seus longínquos países, chamou também os pastores do fundo de sua ignorância.
A graça nada faz de errado ou incompleto. Se ela os chamou e lhes mostrou como ir, há de lhes ter ensinado também como apresentar-se ante o Filho de Deus.
E como se apresentaram eles? Bem caracteristicamente como eram.
Os pastores lá foram levando seu gado, sem passar antes por Belém para uma “toilette” que disfarçasse sua condição humilde.
Os Magos se apresentaram com seus tesouros — ouro, incenso e mirra — sem procurar ocultar sua grandeza que destoava do ambiente supremamente humilde em que se encontrava o Divino Infante.
A piedade cristã, expressa numa iconografia abundantíssima, entendeu durante séculos, e ainda entende, que os Reis Magos se dirigiram para a gruta com todas as suas insígnias.
Quer isto dizer que ao pé do presépio cada qual se deve apresentar tal qual é, sem disfarces nem atenuações.
Pois há lugar para todos, grandes e pequenos, fortes e fracos, sábios e ignorantes.
É questão apenas, para cada qual, de conhecer-se, para saber onde se pôr junto de Jesus.
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Excertos de artigo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Catolicismo, dezembro/1955
Sem dúvida ele está intervindo a todo momento, mas por vezes nós não sabemos interpretar bem o divino modo de operar.
Vejamos senão, o singular caso ‒ para homens sem fé ‒ dos elefantes de Orissa
Nessa região da Índia há quase dois anos ocorrem atrozes perseguições anti-cristãs praticadas por hinduístas.
Porém, há alguns meses, como que guiadas por mão não-humana manadas de elefantes estão espantando os perseguidores.
É o que apresenta a matéria a seguir. Ela é de autoria do Pe. Sunil de Silva e foi publicada no site da arquidiocese de Colombo [Ceilão], em 9 de dezembro de 2009. Ela dispensa comentários:
Em julho de 2008, estorou uma grave perseguição contra os cristãos no estado indiano de Orissa [Bahia de Bengala, parte oriental da Índia].
Uma freira de 22 anos de idade foi queimada viva quando multidões enfurecidas incendiaram um orfanato na aldeia de Khuntpali, no município de Barhgarh.
Outra freira foi estuprada por uma gangue em Kandhamal. Bandos atacaram as igrejas, incendiaram os carros e destruíram as casas de cristãos.
O Pe. Thomas Chellen, diretor do centro de pastoral que foi destruído por uma bomba, escapou por pouco de ser queimado vivo por um magote de hindus.
O·resultado final foi de mais de 500 cristãos mortos, milhares de outros feridos e desabrigados após suas casas serem reduzidas a cinzas.
Porém, recentemente, um evento dramático e estranho ocorreu em Orissa, que fez muitas pessoas falarem e pensarem sobre ele.
Nos últimos meses, manadas de elefantes selvagens desceram sobre as aldeias onde residem alguns dos piores perseguidores dos cristãos durante os distúrbios.
Numa aldeia de onde, em agosto do ano passado, os cristãos tiveram que fugir para salvar as vidas enquanto suas casas destruídas pelos baderneiros, uma manada de elefantes surgiu da floresta circundante exatamente um ano depois, em julho de 2009, na mesma hora e dia do ataque.
Estes elefantes primeiro atacaram uma máquina trituradora de propriedade de um dos principais líderes da perseguição. Em seguida, avançaram e destruíram sua casa e suas fazendas.
No Estado de Orissa, centenas de habitantes das aldeias foram obrigados a se refugiarem em acampamentos após repetidos ataques das manadas.
Nas últimas semanas no município de Kandhamal, sete pessoas foram mortas e várias outras ficaram feridas em ataques perpetrados por uma manada de 12-13 elefantes.
Mais de 2.500 pessoas que vivem em 45 vilarejos foram afetadas pelos ataques, disse o chefe do município Krishen Kumar.
Não é claro, contudo, por que essa manada de elefantes migrou da reserva de Lakheri num município vizinho. Krishen disse que o rebanho viajou cerca de 300 km até Kandhamal, e até entrou numa cidade do município.
Especialistas em animais selvagens estão acampados no local dos ataques tentando descobrir por que os elefantes saíram de sua reserva.
Os moradores das aldeias insistem em que os elefantes atacam em manada, causando pesadas destruições.
Crescendo em ousadia, os elefantes invadiram outras casas de não-cristãos, demolindo os jardins, recordando as casas dos perseguidores, e deixando intocados os lares cristãos.
Estes estranhos ataques se espalharam, e de acordo com um outro relatório, os elefantes já destruíram mais de 700 casas em 30 aldeias, e mataram cinco pessoas.
Ninguém antes na região viu ou sequer imaginou o singular aparecimento de uma manada de elefantes selvagens como esses. Os elefantes não são normais, eles parecem estar cumprindo uma missão.
Pelo geral, os elefantes menores entram os primeiros nas aldeias, como se estivessem fazendo um recenseamento da comunidade. Depois voltam para a manada. Logo aparecem os elefantes maiores que fazem o serviço.
Um missionário da Índia, afirmou: “Nós achamos que isto pode ter algo a ver com a vingança do sangue dos mártires. De fato, o temor de Deus desceu sobre o povo local, que chama esses elefantes de “elefantes cristãos”.
Cenas das perseguições
O governo fornece pouca ajuda e os moradores montaram bloqueios nas estradas. “Os elefantes destruíram seletivamente plantações e casas.”
Mas os agentes do governo também confessam desconcerto e desamparo. Não há um ambiente permanente para elefantes em Sudargarh. Eles vêm de Bihar, Chattisgarh e Jharkhand, onde seus habitats encolheram. Mas não está claro como e por que esses elefantes atingiram o estado de Orissa.
P.S.: entre os deploráveis efeitos das perseguições conta-se a a "reconversão" forçada ao hinduismo de alguns católicos mais fracos. Porém, no estado de Orissa verifica-se mais uma vez a palavra de Tertuliano (155-220 d.C.) para o imperador Antonino Pio: Semen est sanguis Christianorum “o sangue dos mártires é semente de cristãos.”
Ainda em dezembro de 2009, diante de mais de três mil fiéis, o arcebispo de Bhubaneswar, D. Raphael Cheenath, consagrou nova igreja no cidade de Kandhamal, mencionada acima.
Segundo informou a agência Zenit é a igreja mais espaçosa jamais construída na região, e o mais belo templo de todo Kandhamal. Ela era indispensável para atender o crescente número de fiéis que já atingem o 20% da população da região.
Achando-se Dom Bosco com várias pessoas, durante o jantar, mandou ler uma carta do bispo de Spoleto, que lhe fazia grandes elogios.
O Pe. Francesia perguntou:
— O senhor não fica envaidecido com tantos elogios?
— Ora essa! Habituei-me a ouvir de tudo. Para mim tanto faz ler uma carta repleta de louvores como uma cheia de insultos. Quando me vem uma dessas cartas elogiosas, eu gosto de confrontá-la com as outras, e repito comigo mesmo: Como são desencontrados os juízos dos homens! Digam elas o que disserem, só interessa o que sou perante Deus.
(Fonte: Marquês Felipe Crispolti, "Dom Bosco", Salesiana, SP, 1945)
A primeira árvore de Natal no lar
A pintura no alto é de Franz Streussenberger (1806–1879).
Representa a primeira Árvore de Natal na cidade austríaca de Ried, concebida e ornada, em 1840, no lar da família Rapolter.
Depois do Presépio, a Árvore de Natal é o símbolo mais expressivo da época natalina. Naquela época, o aspecto comercial do Natal não era agressivo. No século XIX, a Árvore de Natal — também conhecida como a “Árvore de Cristo” — espalhou-se pelo mundo inteiro. É símbolo da alegria pelo nascimento do Divino Infante.
Procissão das velas em Lourdes, 25 de junho de 2014.
Ambiente privilegiado da família
“O que mais vale é a herança espiritual, transmitida não tanto por esses misteriosos liames da geração material, quanto pela ação permanente daquele ambiente privilegiado que constitui a família.
“Com a lenta e profunda formação das almas, na atmosfera de um lar rico de altas tradições intelectuais, morais e sobre tudo cristãs; com a mútua influência existente entre os que moram numa mesma casa.
“Influência esta cujos benéficos efeitos se prolongam para muito além dos anos da infância e da juventude, até alcançar o termo de uma longa vida naquelas almas eleitas que sabem fundir em si mesmas os tesouros de uma preciosa hereditariedade com o contributo das suas próprias qualidades e experiências.
“Tal é o património, mais do que todos precioso, que, iluminado por firme Fé, vivificado por forte e fiel prática da vida cristã em todas as suas exigências, elevará, aprimorará, enriquecerá as almas dos vossos filhos”.
(Fonte: S.S. Pio XII, discurso ao Patriciado e à Nobreza Romana, 5 de janeiro de 1941).
Filho! Não posso te atender agora... estou no alto do Cristo Redentor!
Jovens querem vida religiosa séria e tradicional Luis Dufaur Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sóci...
Aconteceu
Um pregador anunciou:
─ No próximo domingo eu pregarei sobre a mentira, baseado no Capítulo 17 do Evangelho de São Marcos, e gostaria que todos o lessem, para facilitar o entendimento.
No dia aprazado, começou o sermão perguntando:
─ Os que leram o Capítulo 17 de São Marcos, por favor levantem a mão.
Quase todas as mãos se levantaram.
─ Vocês são exatamente as pessoas às quais se aplica o que eu tenho a falar, porque não existe o Capítulo 17 em São Marcos.
* * *
Durante um banquete, um orador se alongava sobre assunto desinteressante. Um dos convivas conseguiu sair sorrateiramente, mas deparou logo na saída com outro, que também conseguira escapar. Este perguntou:
─ Ele já terminou?
─ Já, há muito tempo. Mas ele não consegue parar.
* * *
Quando saiu de casa para a igreja, no domingo, o menino recebeu duas moedas iguais, sendo uma para a coleta e a outra para uso pessoal. Brincando com elas no caminho, uma caiu no bueiro, de modo irrecuperável. E o menino desabafou:
─ Lá se foi a moeda do vigário!
* * *
Um figurão de Wall Street apaixonou-se por uma atriz, e freqüentou festas com ela durante alguns meses. Afinal, decidiu casar-se, mas para evitar dissabores futuros contratou um detetive para apurar os antecedentes da pretendida. E recebeu o seguinte relatório:
─ Reputação excelente. Passado sem nada desabonador. A única referência negativa é que nos últimos meses ela tem sido vista em companhia de um homem de negócios de reputação duvidosa.
(Fonte: Edmund Fuller, “Thesaurus of Anecdotes”, Crown, NY, 1942, 489 p.)
Santo Antônio e o dissoluto-futuro mártir
Sempre que encontrava na rua um certo homem de vida dissoluta, Santo Antonio de Pádua tirava o chapéu, fazia uma genuflexão e o saudava respeitosamente.
Aborrecido com a cena que assim se repetia, o crápula um dia tirou da bainha a espada e gritou para o Santo:
— Pare com essa palhaçada, ou então vou lhe mostrar a força desta arma!
Com profundo respeito, Santo Antonio respondeu:
— Glorioso mártir do Senhor, lembre-se de mim quando estiver sendo atormentado.
A resposta foi uma gargalhada, pois o comentário parecia provir de um louco. Anos depois, em viagem comercial à Palestina, foi tocado pela graça divina, converteu-se e passou a pregar a fé cristã aos sarracenos, sendo então martirizado.
(Fonte: NAIR LACERDA - Grandes Anedotas da História - Cultrix, SP, 1977, 301 p.
Alexandre Dumas e seus problemas
Alexandre Dumas costumava receber com liberalidade, para participar da sua mesa, qualquer pessoa que se apresentasse, e muitas vezes se apresentavam desconhecidos. A um desses, quando apareceu para almoçar, ele cumprimentou. — Bom dia, meu caro... meu caro... Mas, veja que idiota eu sou: não me lembro do seu nome.
O recém-chegado disse o próprio nome. — Ah, é verdade! Desculpe-me. Mas certamente não nos vemos há muito tempo. Quando nos vimos pela última vez? — No Monte Sinai. O senhor estava montado num camelo, e me convidou para almoçar aqui algum dia... — Vejam só! E ele veio!
Fonte: FERNANDO PALAZZI - Enciclopedia degli Aneddoti - Ceschino, Milano, 1935, 2 vol
Os oficiais de justiça eram um pesadelo para Alexandre Dumas, que tinha de entender-se diariamente com vários. Um dia, apresentaram a ele uma folha em que se colhia uma subscrição, e explicaram: — Queremos uma contribuição de vinte francos para o enterro de um oficial de justiça. — Levem quarenta francos e enterrem dois. Fonte: FERNANDO PALAZZI - Enciclopedia degli Aneddoti - Ceschino, Milano, 1935, 2 vol
Jesus Cristo é a Vida, entretanto em Belém recusaram abrir as portas para Ele
Santo Antonio Maria Claret:
"Jesus Cristo em Sua Encarnação, em sua Natividade e em toda sua vida aceitou voluntariamente humilhar-se e ser desprezado por outros.
"Pode-se fazer maior afronta a um homem do que ser ele desprezado por seus próprios concidadãos, e que não se encontre nem um só em sua própria região que lhe conceda um albergue, nem mesmo por uma única noite?
"Pois isto efetivamente sucedeu a Jesus Cristo em Belém: para todos os demais -- velhos e jovens, homens e mulheres, nobres e plebeus -- houve alojamento. Só Jesus, com Sua Mãe, se viu desprezado de todos e se achou na contingência de nascer em um estábulo. ....
"O que manifesta mais claramente meu orgulho aos meus olhos é que eu me vejo honrado muito mais do que Vós o fostes, e ainda assim não estou contente.
O rei, pai dos pais da França. (foto: Luís XVI e Maria Antonieta)
"Dá-me um abraço, meu pequeno normando, eu quero ver o teu país" — dizia, galante e afetuosamente, Luís XVI a um bebê de quinze meses, Duque da Normandie, Delfim da França e futuro órfão do Templo. Assim a viagem começava.
Em Houdan, uma mulher do povo aproximou-se dele e ajoelhou-se para pedir um favor para uma camponesa, mãe de numerosa família. Assim que o Rei a levantou, ela saltou-lhe ao pescoço, chorando de felicidade:
— Eu vejo um bom Rei, eu não quero mais nada neste mundo!
Em Chandai, cena idêntica. Falaise foi graciosamente primaveril. Cinqüenta mocinhas vestidas de branco fizeram cortejo, atirando-lhe flores a mãos-cheias. No dia seguinte, em Caen, Sua Majestade recebeu as chaves. Uma de ouro, outra de prata, enfeitadas com uma fita onde se lia: "Cordibus apertis inutiles!" — Inúteis, pois os corações já estão abertos!
No dia seguinte, o Rei chega ao Havre. Logo cedo, antes da Missa na Igreja de Notre Dame, anunciam-lhe a presença da abadessa de Montvilliers. Ela acaba de chegar para fazer a homenagem de um pavão branco, que a sua abadia deve ao Rei da França toda vez que ele passa pelo território de Lillebonne. É puro! É inocente! E por isso dá uma profunda felicidade!
Rezando antes da refeição
A mulher de avental poderia ser a governante da casa, ou talvez a própria mãe. Trata com muita delicadeza as crianças, sem lhes meter medo e sem quebrar o seu temperamento.
As crianças estão inteiramente distendidas, mas com o porte ereto, quase como num jantar de cerimônia. Apesar disto, todas elas estão na mais estrita intimidade.
Um dos encontros mais agradáveis que há na vida é o da alta educação dentro da distensão da intimidade.
As condições de vida de uma mãe de nossos dias, que trabalha fora, não lhe permitem alimentar essa delicadeza de alma. A beleza da alma feminina aparece aqui no que ela tem de mais respeitável.
Jean-Baptiste Chardin (Paris, 1699-1779)
Nossa Senhora e o Santíssimo Sacramento
Nossa Senhora foi Quem trouxe Nosso Senhor à Terra. Todas as graças que Nosso Senhor nos dispensa, dispensa-nos através de Nossa Senhora. Do alto do Céu, Nossa Senhora está continuamente adorando as Sagradas Espécies. Quando Elas são devidamente cultuadas, Ela lhes presta um culto jubiloso; quando elas são tratadas com indiferença e até com sacrilégio, Nossa Senhora lhes presta um culto de reparação. Nossa Senhora é a única criatura que presta um culto verdadeiramente digno de Nosso Senhor. As outras criaturas sempre têm algum defeito que macula o alcance dessa devoção. Pedir a Nossa Senhora que trate a Nosso Senhor Jesus Cristo por mim e em mim e que Ela ponha em minha alma todas as disposições que Ela tinha quando, na vida terrena, lidava com as coisas dEle. De tal maneira que Ele seja bem tratado como eu quisera que realmente Ele fosse. Pedir ainda mais: que pelo desdobramento do Segredo de Maria, o que dEla possa caber em mim, de fato visita a mim e seja como se Ela própria estivesse em mim. De maneira que cada disposição interna de minha alma, cada gesto meu sejam como uma disposição e um gesto dela.
São Carlos Borromeu: virtude e vício destacam-se no nobre
"Assim como uma pedra preciosa refulge mais quando engastada em ouro do que em ferro, assim as mesmas virtudes são mais esplendorosas no nobre do que no plebeu; e à virtude junta-se a nobreza, como o maior ornamento dela...
"Tal como no nobre é muito mais esplêndida a virtude, também nele o vício é de longe muito mais vergonhoso. Assim como mais facilmente se nota a sujeira num lugar claro e batido pelos raios do sol do que num canto obscuro, e as manchas numa veste de ouro do que numa veste comum e andrajosa, ou, por fim, marcas e cicatrizes no rosto do que em outra parte oculta do corpo, assim também os vícios são mais notáveis e chamam muito mais a atenção, e mais vergonhosamente desfiguram o espírito dos culpados, nos nobres do que nos homens de condição vulgar"
(Homiliae CXXII, apud Plinio Corrêa de Oliveira, Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana, Livraria Editora Civilização, Porto, Portugal, 1993, p.290). FONTE: CATOLICISMO
Santos disseram
É conhecido na vida de S. Bernardino de Siena o milagre pelo qual, recebendo do Superior a ordem de atravessar um rio, ele estendeu na água o próprio manto de lã e colocou-se de pé sobre ele, usando-o como se fosse um barco.
Quando alguém abordava o assunto, ele gracejava: — Vejam bem! É preciso cada um fazer as coisas de acordo com as próprias forças. São Pedro teve tanta fé, que caminhou sobre as águas. Eu, que tenho bem menos, precisei recorrer a um manto.
Um nobre pediu a Santo Inácio de Loyola conselhos que lhe permitissem reformar a própria conduta em oito dias. O Santo, que sempre orientava as pessoas a considerar a proximidade da morte, como incentivo para não pecar, perguntou: — Oito dias?! Mas o senhor tem certeza de que vai viver oito dias?
Um conhecido mau pagador pediu a S. Francisco de Sales: — Poderia emprestar-me vinte francos? — Em vez disso eu prefiro dar-lhe dez francos de presente. Assim, ambos ganhamos dez francos.
(Fonte: FERNANDO PALAZZI - Enciclopedia degli Aneddoti - Ceschino, Milano, 1935, 2 vol - LOC: 808.88-P1,P2)
Santa Teresa de Ávila tinha êxtases com freqüência, nos quais conversava com Nosso senhor Jesus Cristo com familiaridade. Viajando entre duas cidades, para o difícil trabalho de reforma do Carmelo, teve de transpor um precipício passando sobre uma pinguela. Um passo em falso, e ela caiu no abismo. Nesse momento Nosso Senhor lhe aparece e a resgata, trazendo-a de volta a lugar seguro. Santa Teresa perguntou: — Se o Senhor estava aí, por que não evitou que eu escorregasse? Seria muito mais fácil. — Teresa, é assim que eu trato os meus amigos. — É por isso que eles são tão poucos!
(Fonte: tradição oral)
Ditos do duque de Aveiro
O duque de Aveiro perguntou a um criado do marquês de Aiamonte:
— Qual o esporte que o seu patrão prefere?
— A caça com falcões. Ele tem mais de sete mil cruzados em aves de caça.
— Uns homens se perdem no mar e outros na terra. O sr. Marquês quer perder-se no ar.
O duque de Aveiro contratou o músico Francisco Mendes, que raramente era encontrado em casa. Contraindo dívidas, o músico recorreu ao duque:
— Poderia o senhor fazer-me o benefício de pagar o aluguel da minha casa?
— Acho muito justo o seu pedido, pois uma casa onde o senhor não mora nem está nunca, como há de pagar aluguel dela?
O duque de Aveiro encontrou dois fios de cabelo num prato. Chamou o garçom e ordenou:
— Vá dizer ao cozinheiro para pentear este prato.
Dois fidalgos portugueses discutiam. Um dizia que emprestara ao outro um chapéu, e o outro dizia que não se lembrava. Interveio o duque de Aveiro:
— Vós sois muito honrados fidalgos, mas cada um tem a sua mania: um se lembra do que dá, e o outro não se lembra do que lhe dão. Eu tenho ambas, pois nunca me lembro do que recebo, e guardo bem o que dou.
(Fonte: JOSÉ HERMANO SARAIVA - Ditos portugueses dignos de memória - Europa-América, Lisboa, 1997, 530 p.)
Frederico II, rei da Prússia
Um jovem berlinense apresenta-se a Frederico II, pedindo um emprego.
— De onde você é?
— De Berlim.
— Não quero berlinenses. Eles não prestam para nada.
— Senhor, como humilde súdito, não me compete contradizer a palavra do meu rei. Mas como se sabe que toda regra tem exceção, espero que Vossa Majestade não me repreenderá por apresentar ao menos duas.
— Quais são?
— A primeira é Vossa Majestade, e a segunda sou eu.
Fonte: FERNANDO PALAZZI - Enciclopedia degli Aneddoti - Ceschino, Milano, 1935, 2 vol
O rei protestante e o abade católico
Sob o rei Frederico II, da Prússia, estava proibida nos conventos católicos a admissão de novos monges.
Uma ocasião, ao percorrer um local com o seu irmão Henrique, o soberano admirou o modo como estavam cuidados os gramados, as plantações, os bosques de uma propriedade.
Indagou a quem pertencia, e lhe foi indicado um mosteiro no alto do monte. Chegaram até lá e foram muito bem recebidos por toda a comunidade, sendo-lhes mostrado tudo o que desejavam ver, na mais irrepreensível ordem.
Ficou tão satisfeito, que se dispôs a conceder aos monges a graça que pedissem.
O Superior se limitou ao seguinte:
— Majestade, gostaríamos de conceder o hábito a mais dois monges cada ano.
— Concordo, e até estou disposto a mandar os dois primeiros, a meu critério.
Depois, voltando-se para o irmão, cochichou numa língua estrangeira:
— Mandarei a eles dois burros.
Acontece que um dos monges entendia a língua em que falou, e logo informou ao Superior.
Antes de montarem a cavalo para partir, o Superior abordou novamente o rei:
— Ficamos tão agradecidos com o favor de Vossa Majestade, que vamos colocar nos dois primeiros monges os nomes de Vossa Majestade e do vosso irmão.
Fonte: FERNANDO PALAZZI - Enciclopedia degli Aneddoti - Ceschino, Milano, 1935, 2 vol
Do mítico cantor Caruso
O tenor Caruso e o baixo italiano Segurola cantavam La Bohème em Filadélfia, em 1916. De repente, Segurola perdeu a voz, e Caruso, que estava de costas para o público, junto ao leito de Mimi, percebeu a situação e começou a cantar com voz de baixo a ária Vecchia zimarra. Segurola continuou fazendo um simulacro de vocalização, e o auditório, que não percebeu o que ocorria, prorrompeu em aplausos estrondosos ao final.
Um vendedor de fonógrafos ofereceu um desses aparelhos ao tenor Caruso, apresentando como argumento que ele poderia gravar todo o seu repertório. Caruso gostou da idéia, e quis fazer um teste. Mas em vez de cantar, tocou um número de flauta. Depois de ouvir a reprodução, perguntou: — Isso é o que eu toquei? — Exatamente, senhor! — Então é assim que eu toco flauta? — Sim, senhor! É maravilhoso! — Claro, claro! — Quer dizer, então, que o senhor me compra o aparelho? — Não, mas eu lhe vendo minha flauta.
Fonte: VICENTE VEGA - Diccionario Ilustrado de Anécdotas - Gustavo Gili, Barcelona, 1965, 900 p.
O tigre e o caranguejo
O conde Luís de Canossa tinha pratarias preciosas. Um amigo, com o pretexto de encomendar uma cópia, pediu emprestado um objeto com a forma de tigre.
Três meses depois o objeto ainda não havia sido devolvido, e o conde mandou buscá-lo.
Algum tempo depois, o mesmo amigo mandou um portador buscar emprestado outro objeto com a forma de caranguejo, e obteve a resposta:
— Diga ao seu patrão que, se o tigre demorou três meses para voltar, apesar de ser o animal mais veloz, eu receio que o caranguejo demore três anos, e por isso acho melhor não o emprestar.
Fonte: ADOLFO PADOVAN - Il Libro degli Aneddoti - Bottega di Poesia, Milano, 1924, 338 p.
Uma tradição é um progresso que triunfou.
(Maurice Druon, secretário perpétuo da Académie Française)
Louis II de Bourbon, o Grand Condé
A gaffe de La Fontaine e o príncipe de Condé
La Fontaine foi convidado pelo príncipe Condé para um jantar no palácio de Chantilly. Como era extremamente distraído, não compareceu ao jantar e só se lembrou dele alguns dias depois.
A desfeita era grande, e não poderia ser justificada com a simples alegação do esquecimento. Aflito, o grande escritor não sabia o que fazer para desculpar-se quando encontrasse o grande marechal, vitorioso em tantas batalhas.
O dia fatídico chegou. Parando diante de Condé, La Fontaine disse:
— Senhor, peço mil perdões, mas já não sou digno da amizade com que me honrava Vossa Alteza.
Demonstrando profunda mágoa, Condé respondeu:
— Não o quero mais na minha presença, pois o senhor se portou como meu inimigo.
E virou-lhe as costas. La Fontaine deu a volta rapidamente, colocou-se novamente diante do príncipe e argumentou:
— Senhor, não sei como fazer, pois se eu permanecesse onde estava, seria a primeira vez que Vossa Alteza daria as costas a um inimigo.
Foi o suficiente para a reconciliação.
Fonte: GARBLASS - A bomba atômica do bom humor - Vecchi, RJ, 1946, 280 p.
Inscreva-se
O marechal Foch na I Guerra Mundial
Um americano conversava com o marechal francês Foch, comandante dos exércitos aliados na Primeira Guerra Mundial. — A polidez francesa é uma atitude vazia. É feita de vento. — Dentro dos pneus só existe o vento, mas com isso fica muito mais agradável e suave andar de carro.
Fonte: EDMUND FULLER - Thesaurus of Anecdotes - Crown, NY, 1942, 489 p.
Durante a Primeira Guerra Mundial, o chofer do marechal Foch era constantemente interrogado por seus amigos, que lhe perguntavam: — Pedro, quando é que vai terminar a guerra? — Não sei. — Mas você tem de saber algo, pois está sempre com o marechal. — Sim, alguma coisa, mas nada de concreto. Quando souber de algo interessante, prometo que contarei. O tempo passava, e nada de interessante surgia, apesar da insistência dos amigos. Um dia ele apareceu com ar satisfeito. — Hoje o marechal me falou! — Verdade?! O que foi que ele disse? — Ele me perguntou: Pedro, quando você acha que vai terminar a guerra? EDMUND FULLER - Thesaurus of Anecdotes - Crown, NY, 1942, 489 p.
O general anti-católico diante do Papa
Um general francês de convicções anti-católicas deveria, por missão diplomática, ter uma audiência com Bento XV. Mas advertiu que não iria se ajoelhar diante do Papa, como é de praxe para um católico.
O cerimoniário submeteu o assunto ao Papa, que o dispensou da genuflexão.
Quando se aproximou a hora da entrevista, o general foi conduzido de sala em sala, cada uma mais majestosa e solene do que a outra. Chegando à ante-sala do Papa, já estava profundamente impressionado.
Tão impressionado, que diante do Papa achou melhor fazer como todos, e se ajoelhou. Com gentileza, o Papa então lhe perguntou:
D. Pedro II gostava de caminhar pelas ruas do Rio, como simples transeunte. Certo dia ele se encontrou com um negro, que manifestamente não desejava fazer o esforço de ceder passagem. Muito tranqüilamente, desceu do passeio e seguiu caminho.
O secretário, que o acompanhava, disse:
— Como Vossa Majestade pode se rebaixar assim diante de um negro?
— Se eu não aproveito a ocasião para lhe ensinar algo de educação, quem é que o fará?
Fonte: LEOPOLDO BIBIANO XAVIER - Revivendo o Brasil-Império - Artpress, SP, 1991, 240 p.