Na Bienal do Livro em São Paulo 2022, 660.000 visitantes compraram em média 7 livros |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Fala-se que a informação virtual teria dado golpe mortal à leitura de livros. Mas na Feira do Livro de Buenos Aires, realizada desde há 46 anos, “quebrou todos os recordes” recebendo 1.324.500 visitantes, segundo a Fundação El Libro (FEL), organizadora da Feira, em 19 dias, citada por “Clarín”.
A indústria editorial se fez presente com mais de 1.727 títulos novos e 610 expositores locais e internacionais.
Nas três semanas, a Feira organizou 997 atividades culturais nas diferentes salas das instalações de La Sociedad Rural, a mais prestigiosa e central associação do agronegócio que emprestou suas imensas instalações, onde diferentes autores americanos e argentinos dedicaram 3.956 exemplares.
As “jornadas profissionais” entre os dias 26 e 28 de abril, registraram um “recorde” de participantes: com a participação de mais de 12 mil trabalhadores no rubro editorial de trinta países reunidos para intercâmbios comerciais, fazer negócios e participar de seminários e conferências.
Uma das principais “vantagens” destes dias foi a remessa gratuita de livros, para clientes internacionais e nacionais, que atingiram 10.045 e 27.961 quilos de livros, respectivamente.
A próxima Feira do Livro de Buenos Aires acontecerá entre abril e maio de 2023, na propriedade La Rural, enquanto as conferências profissionais ocorrerão entre 25 e 27 de maio do mesmo ano.
A área de exposição atingiu 41.590 m2, dos quais 358 estandes ocupavam 16.471 com a presença de 610 expositores locais e internacionais e 1.727 selos editoriais e 11 salas para eventos.
A Feira do Livro 2022 de Buenos Aires recebeu 1.324.500 visitantes |
Passaram 660 mil visitantes que em média adquiram sete livros por pessoa. Muitas editoras tiveram seu melhor desempenho da história.
Os números indicaram uma demanda represada por causa da pandemia, maiores filas dentro e fora do pavilhão para comprar livros e participar de debates, segundo noticiou as “Folha de S.Paulo”.
Por sua vez, o “The New York Times” ficou assombrado pelo fato de que mais de 300 novas livrarias independentes surgiram nos EUA nos últimos dois anos, num renascimento surpreendente e bem-vindo após a queda vista no início da pandemia.
Dois anos atrás, acrescentou o jornal, o futuro das livrarias independentes parecia pouco promissor e centenas de pequenas livrarias pelo país afora pareciam fadadas a falir.
Em vez disso, “assistimos a uma retomada sem precedentes”, comentou Allison Hill, CEO da American Booksellers Association, associação comercial que reúne 2.023 livrarias em 2.561 cidades, e registra um aumento nítido e constante na abertura de novas livrarias.
Boom de livrarias independentes nos EUA |
O costume da leitura em grande escala nasceu na Idade Média quanto a Igreja, com o contributo inestimável de Carlos Magno, procedeu à alfabetização das massas humanas mantidas na escravidão e na ignorância pelo paganismo.
Doutores como Santo Tomás de Aquino promoveram a leitura até de mestres da Antiguidade como Aristóteles e produziram uma fabulosa quantidade de escritos sapienciais.
Livros esses todos, sem falar das Sagradas Escrituras, que os monges nas abadias embelezavam com maravilhosas iluminuras. Eles reproduziam os grandes mestres da Antiguidade, resgatando-os dos saques bárbaros, e distribuíam cópias gratuitas a mosteiros em todos os quadrantes da Europa.
Esse impulso gerou a era histórica que mais leu e escreveu desde que o mundo é mundo e que chega até hoje sem que nada tenha podido a impedir.
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