Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A “Pharmacia Oficial da Família Imperial Brasileira”, título concedido por Dom Pedro II, foi criada em 1870 no Rio de Janeiro pelo imigrante português José Antônio Coxito Granado.
Foi à venda em 1994 sem que ninguém quisesse assumi-la. O vendedor foi o consultor inglês Christopher Freeman que não encontrando interessado, juntou suas economias e ficou com ela, segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”.
A Granado cultivava suas próprias plantas medicinais em uma chácara em Teresópolis, para a produção de águas de colônia, cremes e talcos no gosto da nobreza imperial e tinha ficado parada no tempo.
Sem computador fazia a contabilidade manualmente.
Mas era relativamente sólida, sem dívidas e suas marcas e produtos agradavam aos consumidores, como o polvilho antisséptico Granado criado em 1903.
Em 2004 Freeman adquiriu outra marca brasileira tradicional: a Phebo, criada em 1930, no Pará.
Sua filha Sissi Freeman valorizou o lado “vintage” da marca, por exemplo com a palavra “Pharmácia” que remete à época da fundação.
“Procuramos mostrar a tradição e a história dos nossos produtos. Qualquer empresa pode ser uma farmácia, mas poucas com ‘ph’”, diz Sissi.
Diante das gigantes dos cosméticos, a Granado era minúscula.
Mas, nas lojas ela apontou à decoração retrô, aos móveis clássicos, quadros antigos e peças publicitárias originais, recriando o ambiente de uma botica do início do século passado.
A pandemia não pôs em negativo as receitas que em 2020 subiram 5% a mais que em 2019.
A empresa agora tem três lojas em Paris, e Freeman sonha abrir outra em seu país de origem: a Inglaterra.
Modernizar sem abrir mão da tradição é a fórmula certa porque como ensinaram os Papas a tradição não é um salto no escuro.
A Granado avança com o tesouro acumulado em 150 anos de história para um futuro prometedor sem romper com seu passado.
Uma lição de verdadeiro progresso.
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