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China: as igrejas lotam desafiando a perseguição socialista e os cristãos são mais numerosos que os membros do Partido Comunista |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
continuação do post anterior: O mundo que vai ficando cada vez mais religioso
Na China após a revolução maoísta, que teria deixado cem milhões de mortos no esforço de extinguir as religiões e a cultura do passado, deveria se verificar o oposto do crescimento da religião que se está dando no mundo todo.
Porém, com uma fímbria incerta de liberdade, o Cristianismo cresce vertiginosamente, e dentro de muito poucas décadas será o mais numeroso do planeta.
As cruzes das igrejas preenchem o horizonte visual das regiões mais dinâmicas, apesar das violências policiais.
A igreja cristã mais alta supera o maior monumento erigido ao pai da Revolução Cultural em Changsha, berço histórico de Mao Tsé-Tung. O Partido Comunista se esvazia é já tem menos inscritos que o Cristianismo.
Na religiosamente periclitante Europa Ocidental, movimentos gigantescos pelos valores cristãos, pela vida e pela família enchem imensos espaços públicos que nenhum partido se atreve mais a usar.
A influência da questão religiosa pega fogo na política.
Não obstante os esforços dos líderes religiosos para insistir no diálogo, no entendimento e na tolerância, esses valores – considerados por muitos como “antivalores” – vão sendo esquecidos por seus postuladores.
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Marcha pela Vida, Washington DC, tem maioritária participação católica todo ano |
Nele, os máximos defensores do “diálogo” e da “misericórdia” fizeram um descontrolado ataque ao fenômeno que qualificaram de “ecumenismo do ódio” e que veem crescer nos EUA.
Tratar-se-ia da confluência de evangélicos conservadores e católicos desprezados como “integristas”. Eles teriam dado a vitória ao populismo de Trump e aos candidatos conservadores em décadas anteriores.
Nesse fundo de quadro, o propalado “diálogo inter-religioso” e a “cooperação para obter a paz mundial e evitar a violência” ficaram rebaixados a exercícios verbais.
Há tempo que o Islã tomou a iniciativa da ofensiva para extinguir as civilizações que não se submetam a Maomé e transformou a geografia mundial num só campo de conflito onde o laicismo fica como palha seca destinada a desaparecer.
Temos a vantagem de residir num continente – o sul-americano – que nesse contexto religioso conflitivo parece pacífico. Hélas! Como seria bom que fosse, e muito mais!
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Marcha pela Vida em Lima, Peru. |
Como observou Carlos Alberto Di Franco em inteligente colaboração para o jornal “O Estado de S. Paulo”, “frequentemente a informação veiculada na mídia provoca um dissabor. Corrupção, violência, crise, trânsito caótico e péssima qualidade da educação e da saúde, pautas recorrentes nos cadernos de cidades, compõem um mosaico com pouca luz e muitas sombras.
“A sociedade desenhada no noticiário parece refém do vírus da morbidez. Crimes, aberrações e desvios de conduta desfilam na passarela da imprensa.
“A notícia positiva, tão verdadeira quanto a informação negativa, é uma surpresa, quase um fato inusitado”.
“O recurso ao negativismo sistemático – explica o autor – esconde uma tentativa de ocultar uma enorme incapacidade de flagrar a grandeza do cotidiano”.
Ele dá como exemplo “a informação sobre a juventude”. Essa prioriza os lados sórdidos e “sonega o outro lado, o luminoso e construtivo”.
E explica que a “delinquência está longe de representar a maioria esmagadora da população estudantil. (...)
“Há em andamento profundas e positivas mudanças comportamentais. (...) A juventude real manifesta uma procura de firmeza moral, de valores familiares, éticos e até mesmo religiosos.
“Deus, família, fidelidade, trabalho, realidades tidas como anacrônicas nas últimas décadas, são valores em alta. Não é uma opinião. É um fato.”
“A família é uma forte aspiração dos jovens. (...) os adolescentes atribuem importância decisiva ao ambiente familiar. (...) na família tradicional, podem ser cultivados os valores, as virtudes e as competências que constituem o melhor fundamento da educação para a cidadania. E os jovens sabem disso.
Círio de Nazaré, Belém.
“No campo da afetividade, antes marcado pelo relacionamento descartável e pela falta de vínculos, vai-se impondo a cultura da fidelidade.
“O tema da sexualidade, (...) é frequente uso de alianças na mão direita, revela que os jovens estão apostando em relações duradouras”.
E conclui: “O mundo está mudando. Quem não perceber – na mídia e fora dela – essa virada comportamental perderá a conexão”.
Para finalizar, um comentário nosso. A Exortação apostólica Amoris laetitia, do Papa Francisco, parece redigida de costas para esse fenômeno moral e religioso. Não é de espantar que muitos jovens sequer a tenham tido em mãos.
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