terça-feira, 2 de março de 2021

Bilocação do Padre Pio para assistir
ao Cardeal Mindszenty no cárcere comunista

Bilocação do Padre Pio: mosaico na cripta do Santuário, San Giovanni Rotondo.
Bilocação do Padre Pio: mosaico na cripta do Santuário,
San Giovanni Rotondo.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









O vaticanista Andrea Tornielli publicou há alguns anos em seu site Vatican Insider, um sério testemunho da bilocação do Santo Padre Pio ao cárcere da Hungria onde padecia o Cardeal Mindszenty.

O fato lhe foi transmitido por Cesare Battisti, diretor da Casa Alívio do Sofrimento e datilógrafo da Secretaria de Estado do Vaticano. Battisti foi uma das testemunhas no processo de beatificação do santo. 

O reelato de Battisti foi incluído também no livro “Padre Pio. La sua chiesa, i suoi luoghi, tra devozione storia e opere d’arte“ (Edizioni Padre Pio da Pietrelcina.

O herói anticomunista húngaro foi adversário acérrimo da política de distensão do Vaticano com os governos comunistas, conhecida como “Ostpolitik”.

Eis um resumo do artigo de Tornielli:

Um novo elemento acaba de ser adicionado à coleção de episódios milagrosos que acompanharam a vida de São Pio de Pietrelcina.

Trata-se de um testemunho publicado em um livro apresentado no décimo aniversário da dedicação do novo santuário de San Giovanni Rotondo, onde está sepultado o corpo do capuchinho.

O testemunho diz respeito a uma bilocação que levou o Padre Pio à cela em Budapeste onde estava preso o cardeal József Mindszenty, Primaz da Hungria.



A bilocação é um fenômeno místico extraordinário que faz com que uma pessoa esteja em dois lugares ao mesmo tempo. O Padre Pio teve este dom, que poucos recebem. Testemunhas oculares descreveram e até dialogaram com ele simultaneamente em locais diversos.

O episódio já era conhecido e ficou imortalizado em um dos mosaicos da cripta do santuário dedicado ao Padre Pio. Mas o depoimento a seguir descreve detalhes nunca antes publicados.

O livro Padre Pio. La sua chiesa, i suoi luoghi, tra devozione storia e opere d’arte (Padre Pio: a sua igreja, os seus lugares, entre a devoção, história e arte, Edições Padre Pio de Pietrelcina) foi escrito por Stefano Campanella, diretor da Teleradio Padre Pio e autor de inúmeros ensaios sobre o santo.

Nele está o relato de Angelo Battisti, diretor da Casa Alívio do Sofrimento e datilógrafo da Secretaria de Estado do Vaticano. Battisti foi uma das testemunhas no processo de beatificação do santo religioso.

O Cardeal Mindszenty durante o processo iníquo que o condenou.
O Cardeal Mindszenty durante o processo iníquo que o condenou.
O Cardeal József Mindszenty, arcebispo de Esztergom, Primaz e Regente da Hungria, foi encarcerado pelas autoridades comunistas em dezembro de 1948 e condenado à prisão perpétua no ano seguinte.

Ele foi falsamente acusado de conspirar contra o governo socialista. Passou oito anos no cárcere e em prisão domiciliar até ser libertado durante a revolta popular de 1956.

Então se refugiou na delegação comercial dos EUA em Budapeste, até 1973, ano em que Paulo VI impôs sua saída e sua renúncia à arquidiocese.

Naqueles anos de prisão teria acontecido a bilocação, que levou o Padre Pio até a cela do cardeal.

Eis como Battisti descreveu a miraculosa cena:

“O capuchinho estigmatizado, enquanto se encontrava em San Giovanni Rotondo, foi até ele para levar-lhe o pão e o vinho destinados a se tornarem o corpo e o sangue de Cristo, isto é, a realidade do oitavo dia [Domingo de Páscoa].

“Nesse caso, a bilocação adquire ainda mais o significado da antecipação do oitavo dia, ou seja, da Ressurreição, quando o corpo é liberado dos limites do espaço e do tempo.

“Simbólico é também o número de registro do detento impresso em seu pijama de presidiário: 1956 é o ano da libertação do Cardeal.

“Como é sabido – conta Battisti –, o cardeal Mindszenty foi preso, colocado na cadeia e vigiado o tempo todo. Com o passar do tempo, crescia fortemente o seu desejo de poder celebrar a Santa Missa.

“Uma manhã, apresentou-se diante dele o Padre Pio, com tudo que ele precisava. O Cardeal celebra sua Missa e Padre Pio lhe serve [como acólito]; depois se falaram e, no final, Padre Pio desaparece com tudo que havia levado.

“Um padre vindo de Budapeste me falou confidencialmente sobre o fato, perguntando se eu poderia obter uma confirmação do Padre Pio. E eu disse a ele que se eu tivesse perguntado uma coisa dessas, Padre Pio teria me expulsado aos xingos”.

Santo Padre Pio de Pietrelcina, capuchino.
Santo Padre Pio de Pietrelcina, capuchino.
Mas, numa noite de março em 1965, no final de uma conversa, Battisti perguntou ao frade estigmatizado:

“Padre, o Cardeal Mindszenty reconheceu Padre Pio?”

— Depois de uma primeira reação de irritação, o santo de Gargano respondeu:

— “Que diabos, nós nos encontramos e conversamos, e você acha que não teria me reconhecido?”

Confirmando assim a bilocação ao cárcere, que teria acontecido alguns anos antes.

“Então — acrescenta Battisti — ele tornou-se triste e acrescentou: ‘O diabo é feio, mas o haviam deixado mais feio que o diabo’”, se referindo aos maus tratos que sofria.

O que demonstra que o Padre o havia socorrido desde o início de sua prisão, porque não se pode conceber, humanamente falando, como o Cardeal foi capaz de resistir a todo o sofrimento a que foi submetido e que ele descreve em suas memórias.

O Padre Pio então concluiu: “Lembre-se de orar por esse grande confessor da fé, que tanto sofreu pela Igreja”.


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