Bilocação do Padre Pio: mosaico na cripta do Santuário, San Giovanni Rotondo. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O vaticanista Andrea Tornielli publicou há alguns anos em seu site Vatican Insider, um sério testemunho da bilocação do Santo Padre Pio ao cárcere da Hungria onde padecia o Cardeal Mindszenty.
O fato lhe foi transmitido por Cesare Battisti, diretor da Casa Alívio do Sofrimento e datilógrafo da Secretaria de Estado do Vaticano. Battisti foi uma das testemunhas no processo de beatificação do santo.
O reelato de Battisti foi incluído também no livro “Padre Pio. La sua chiesa, i suoi luoghi, tra devozione storia e opere d’arte“ (Edizioni Padre Pio da Pietrelcina.
O herói anticomunista húngaro foi adversário acérrimo da política de distensão do Vaticano com os governos comunistas, conhecida como “Ostpolitik”.
Eis um resumo do artigo de Tornielli:
Um novo elemento acaba de ser adicionado à coleção de episódios milagrosos que acompanharam a vida de São Pio de Pietrelcina.
Trata-se de um testemunho publicado em um livro apresentado no décimo aniversário da dedicação do novo santuário de San Giovanni Rotondo, onde está sepultado o corpo do capuchinho.
O testemunho diz respeito a uma bilocação que levou o Padre Pio à cela em Budapeste onde estava preso o cardeal József Mindszenty, Primaz da Hungria.
A bilocação é um fenômeno místico extraordinário que faz com que uma pessoa esteja em dois lugares ao mesmo tempo. O Padre Pio teve este dom, que poucos recebem. Testemunhas oculares descreveram e até dialogaram com ele simultaneamente em locais diversos.
O episódio já era conhecido e ficou imortalizado em um dos mosaicos da cripta do santuário dedicado ao Padre Pio. Mas o depoimento a seguir descreve detalhes nunca antes publicados.
O livro Padre Pio. La sua chiesa, i suoi luoghi, tra devozione storia e opere d’arte (Padre Pio: a sua igreja, os seus lugares, entre a devoção, história e arte, Edições Padre Pio de Pietrelcina) foi escrito por Stefano Campanella, diretor da Teleradio Padre Pio e autor de inúmeros ensaios sobre o santo.
Nele está o relato de Angelo Battisti, diretor da Casa Alívio do Sofrimento e datilógrafo da Secretaria de Estado do Vaticano. Battisti foi uma das testemunhas no processo de beatificação do santo religioso.
O Cardeal Mindszenty durante o processo iníquo que o condenou. |
Ele foi falsamente acusado de conspirar contra o governo socialista. Passou oito anos no cárcere e em prisão domiciliar até ser libertado durante a revolta popular de 1956.
Então se refugiou na delegação comercial dos EUA em Budapeste, até 1973, ano em que Paulo VI impôs sua saída e sua renúncia à arquidiocese.
Naqueles anos de prisão teria acontecido a bilocação, que levou o Padre Pio até a cela do cardeal.
Eis como Battisti descreveu a miraculosa cena:
“O capuchinho estigmatizado, enquanto se encontrava em San Giovanni Rotondo, foi até ele para levar-lhe o pão e o vinho destinados a se tornarem o corpo e o sangue de Cristo, isto é, a realidade do oitavo dia [Domingo de Páscoa].
“Nesse caso, a bilocação adquire ainda mais o significado da antecipação do oitavo dia, ou seja, da Ressurreição, quando o corpo é liberado dos limites do espaço e do tempo.
“Simbólico é também o número de registro do detento impresso em seu pijama de presidiário: 1956 é o ano da libertação do Cardeal.
“Como é sabido – conta Battisti –, o cardeal Mindszenty foi preso, colocado na cadeia e vigiado o tempo todo. Com o passar do tempo, crescia fortemente o seu desejo de poder celebrar a Santa Missa.
“Uma manhã, apresentou-se diante dele o Padre Pio, com tudo que ele precisava. O Cardeal celebra sua Missa e Padre Pio lhe serve [como acólito]; depois se falaram e, no final, Padre Pio desaparece com tudo que havia levado.
“Um padre vindo de Budapeste me falou confidencialmente sobre o fato, perguntando se eu poderia obter uma confirmação do Padre Pio. E eu disse a ele que se eu tivesse perguntado uma coisa dessas, Padre Pio teria me expulsado aos xingos”.
Santo Padre Pio de Pietrelcina, capuchino. |
“Padre, o Cardeal Mindszenty reconheceu Padre Pio?”
— Depois de uma primeira reação de irritação, o santo de Gargano respondeu:
— “Que diabos, nós nos encontramos e conversamos, e você acha que não teria me reconhecido?”
Confirmando assim a bilocação ao cárcere, que teria acontecido alguns anos antes.
“Então — acrescenta Battisti — ele tornou-se triste e acrescentou: ‘O diabo é feio, mas o haviam deixado mais feio que o diabo’”, se referindo aos maus tratos que sofria.
O que demonstra que o Padre o havia socorrido desde o início de sua prisão, porque não se pode conceber, humanamente falando, como o Cardeal foi capaz de resistir a todo o sofrimento a que foi submetido e que ele descreve em suas memórias.
O Padre Pio então concluiu: “Lembre-se de orar por esse grande confessor da fé, que tanto sofreu pela Igreja”.
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