domingo, 14 de julho de 2013

A suntuosidade do Templo foi ordenada por Deus em pessoa

São Pedro de Roma: colunas salomônicas evocam o Templo de Jerusalém.
A pompa dos templos é por vontade de Deus
e não dos homens ou sacerdotes.
Pe. David Francisquini.
Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ

 
O esmero aplicado na construção do Templo de Jerusalém não consistiu apenas no impulso inicial dado pelo Rei David para que a edificação fosse monumental e digna para abrigar a Arca da Aliança.

Advertido pelo próprio Deus, ele sabia que a grandiosa empreitada caberia a seu filho Salomão, ao qual, como pai, quis facilitar e incentivar.

Soube, todavia, encontrar forças suficientes para reunir a elite e movê-la com vistas àquela edificação, a fim de que o Templo representasse também poder, grandeza e autoridade.


Este tampouco poderia ser uma simples habitação, pois não se destinaria a abrigar pessoas, mas para cultuar o Senhor Deus dos Exércitos — o Deus vivo, criador de todas as coisas, transcendente, absoluto e perfeitíssimo.

Basílica de São Pedro: o altar do trono é para glorificar
as relíquias do trono do sucessor de Cristo.
A pompa é necessária se se quer glorificar a Cristo e à sua Igreja
Lugar de paz, harmonia e bem-estar. Era, pois, imperativo para David empregar os mais talentosos artistas do reino para manusear o ferro, a prata, o ouro, a madeira, a pedra, o cobre, o bronze, e outros requintados materiais que seriam utilizados para ornar a Casa de Deus.

O próprio rei deixou soma considerável de recursos acumulados durante toda a sua vida: “100 mil talentos de ouro, um milhão de talentos de prata, além de diferentes vasos de ouro e de prata, de enorme quantidade de cobre, ferro, madeira, mármore e pedras de grande valor”.

E ainda deixou — de seu tesouro particular — “três mil talentos de ouro de Ofir e sete mil talentos de prata para o revestimento das paredes do santuário. 

Como as necessidades serão grandes e os operários precisarão ter à mão o ouro e a prata exigidos por obras tão numerosas e tão importantes, se alguns dentre vós quiserem concorrer de boa vontade para a edificação da casa de Deus que abra generosamente as mãos e apresentem as dádivas ao Senhor”.

Nesse dia, as ofertas solicitadas pelo rei somaram o montante de “cinco mil talentos de ouro, dez mil talentos de prata, 18 mil de cobre e 100 mil de ferro, com todas as pedras preciosas que cada qual possuía. 

Essas ofertas, entradas no tesouro do Templo, foram confiadas à guarda do levita Jeiel. Foram dons espontâneos oferecidos de todo coração a Deus e que provocaram na assembleia uma autêntica vaga de júbilo” (1- Par 29,1-9).

Cheio de encanto, com a instituição e fundação da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, o Antigo Testamento iluminou o Novo Testamento.

Se Nosso Senhor ressalta que não veio destruir a Lei e os profetas, e instituiu a Igreja — fora da qual não há salvação —, é porque ela deveria superar a lei antiga, até mesmo na edificação de seus templos.

São Pedro: altar da confissão e túmulo de São Pedro Apóstolo embaixo.
É o altar por excelência do Papa, Vigário de Cristo.
Diminuí-lo ou rebaixar sua importância
implica em atentar contra o próprio Cristo.
É verdade que o requinte e o esplendor de nossas igrejas devem contribuir de modo ponderável para o cumprimento do primeiro e maior de todos os Mandamentos: “Amarás o teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo entendimento”.

Esse máximo Mandamento nos leva a praticar este outro: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22, 34-46).

A melhor maneira de amar o próximo é fazer-lhe benefícios espirituais que o conduzam por sua vez a amar a Deus com todas as veras de sua alma.

E para esse fim, nada é tão eficaz como a construção de templos sagrados cujo ambiente propicia a celebração de belas cerimônias religiosas, bem como o ensino da doutrina deixada pelo Divino Mestre.

A propósito, comprometo-me com os leitores de voltar ao assunto tão logo me seja possível. Até lá.



Um comentário:

  1. Se as pessoas tinham dificuldade para compreender essas coisas antes, agora com Francisco, que parece confundir simplicidade com despojamento, a situação se complica muito mais.

    ResponderExcluir

Obrigado pelo comentário! Escreva sempre. Este blog se reserva o direito de moderação dos comentários de acordo com sua idoneidade e teor. Este blog não faz seus necessariamente os comentários e opiniões dos comentaristas. Não serão publicados comentários que contenham linguagem vulgar ou desrespeitosa.