segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Eurocéticos: menosprezados ontem, profetas hoje
Para Peter Oborne e Frances Weaver, do jornal de Londres “The Spectator”, poucos movimentos ou grupos tiveram uma vitória moral tão completa e esmagadora quanto os conservadores eurocéticos no dia de hoje.
“São eles, hoje, os donos do jogo. Não só tinham razão a respeito da moeda única (o euro), a maior questão econômica de nosso tempo, mas tinham razão pelas boas razões. Eles previram com uma precisão e uma lucidez quase profética como e por que o euro ia provocar na sua queda a devastação financeira e o afundamento das sociedades. Simultaneamente, os pró-europeístas passam pela mesma situação dos pacifistas em 1940 ou dos comunistas após a queda do Muro de Berlim: estão perfeitamente knocked-out”.
Os autores da reportagem dedicam densas e longas colunas a mostrar como jornais econômicos como “Financial Times”‒ tido como quase um oráculo infalível da economia livre ‒ deram as costas ao público e entregaram a redação a jornalistas de esquerda.
Desde que operou essa mudança, o FT escolheu errado em quase todas as questões cruciais. Porém, o desacerto sobre o euro bateu todos os recordes. Levado pelo seu esquerdismo camuflado, o “Financial Times” jogou-se de corpo e alma na polêmica pelo euro (moeda que o povo inglês não aceitou) e o fez com um fervor exacerbadamente religioso.
O FT ‘profetizou’ que o fim do dracma (moeda grega) e a entrada da Grécia na zona do euro “é a garantia de uma estabilidade econômica no longo prazo”.
Com acentos líricos, o mesmo FT comemorou a entrada da Irlanda na área da moeda pan-européia. As sondagens publicadas pelo jornal recolhiam índices extraordinários de aprovação ao euro no público inglês. Porém, nenhum político ousava consultar o povo, como aliás foi repetidas vezes prometido em períodos eleitorais, temendo um solene desmentido popular.
Gigantes da comunicação inglesa, como a famosa BBC, denegriam os depreciativamente rotulados de “eurocéticos”. Eles eram tratados como uns “loucos”, ou, como escreveu Andrew Rawnsley do diário “The Observer”, “doidos de amarrar”.
Na realidade, hoje se vê que eles eram os únicos perfeitamente cordatos e sãos de espírito, prosseguem Oborne e Weaver.
Os autores, por fim, não pedem vingança, mas uma explicação aos partidários do euro e da União Européia: “Eles deveriam nos dizer por que eles tentaram empurrar a Grã-Bretanha pela via calamitosa da adesão à moeda única”.
Oborne e Weaver relembram a política do ministro das Finanças, Danny Alexander. Ele qualificava de “inimigos do crescimento” aqueles que ele rotulava com menosprezo de ‘isolacionistas’ ou ‘nacionalistas’.
“Durante cinco anos Alexander fez campanha pelo euro, e, se tivesse atingido seus objetivos, teria conduzido a Grã-Bretanha reto à catástrofe. Como ousou ele tratar desse modo os eurocéticos? Este é um grande momento para que os partidários do euro apresentem suas contas”, concluíram os autores.
“São eles, hoje, os donos do jogo. Não só tinham razão a respeito da moeda única (o euro), a maior questão econômica de nosso tempo, mas tinham razão pelas boas razões. Eles previram com uma precisão e uma lucidez quase profética como e por que o euro ia provocar na sua queda a devastação financeira e o afundamento das sociedades. Simultaneamente, os pró-europeístas passam pela mesma situação dos pacifistas em 1940 ou dos comunistas após a queda do Muro de Berlim: estão perfeitamente knocked-out”.
Os autores da reportagem dedicam densas e longas colunas a mostrar como jornais econômicos como “Financial Times”‒ tido como quase um oráculo infalível da economia livre ‒ deram as costas ao público e entregaram a redação a jornalistas de esquerda.
Desde que operou essa mudança, o FT escolheu errado em quase todas as questões cruciais. Porém, o desacerto sobre o euro bateu todos os recordes. Levado pelo seu esquerdismo camuflado, o “Financial Times” jogou-se de corpo e alma na polêmica pelo euro (moeda que o povo inglês não aceitou) e o fez com um fervor exacerbadamente religioso.
O FT ‘profetizou’ que o fim do dracma (moeda grega) e a entrada da Grécia na zona do euro “é a garantia de uma estabilidade econômica no longo prazo”.
Com acentos líricos, o mesmo FT comemorou a entrada da Irlanda na área da moeda pan-européia. As sondagens publicadas pelo jornal recolhiam índices extraordinários de aprovação ao euro no público inglês. Porém, nenhum político ousava consultar o povo, como aliás foi repetidas vezes prometido em períodos eleitorais, temendo um solene desmentido popular.
Gigantes da comunicação inglesa, como a famosa BBC, denegriam os depreciativamente rotulados de “eurocéticos”. Eles eram tratados como uns “loucos”, ou, como escreveu Andrew Rawnsley do diário “The Observer”, “doidos de amarrar”.
Na realidade, hoje se vê que eles eram os únicos perfeitamente cordatos e sãos de espírito, prosseguem Oborne e Weaver.
Os autores, por fim, não pedem vingança, mas uma explicação aos partidários do euro e da União Européia: “Eles deveriam nos dizer por que eles tentaram empurrar a Grã-Bretanha pela via calamitosa da adesão à moeda única”.
Oborne e Weaver relembram a política do ministro das Finanças, Danny Alexander. Ele qualificava de “inimigos do crescimento” aqueles que ele rotulava com menosprezo de ‘isolacionistas’ ou ‘nacionalistas’.
“Durante cinco anos Alexander fez campanha pelo euro, e, se tivesse atingido seus objetivos, teria conduzido a Grã-Bretanha reto à catástrofe. Como ousou ele tratar desse modo os eurocéticos? Este é um grande momento para que os partidários do euro apresentem suas contas”, concluíram os autores.
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