segunda-feira, 18 de setembro de 2017

China, EUA, Brasil na onda do crescimento da religião no mundo

China: as igrejas lotam desafiando a perseguição socialista e os cristãos são mais numerosos que os membros do Partido Comunista
China: as igrejas lotam desafiando a perseguição socialista
e os cristãos são mais numerosos que os membros do Partido Comunista
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





continuação do post anterior: O mundo que vai ficando cada vez mais religioso



Na China após a revolução maoísta, que teria deixado cem milhões de mortos no esforço de extinguir as religiões e a cultura do passado, deveria se verificar o oposto do crescimento da religião que se está dando no mundo todo.

Porém, com uma fímbria incerta de liberdade, o Cristianismo cresce vertiginosamente, e dentro de muito poucas décadas será o mais numeroso do planeta.

As cruzes das igrejas preenchem o horizonte visual das regiões mais dinâmicas, apesar das violências policiais.

A igreja cristã mais alta supera o maior monumento erigido ao pai da Revolução Cultural em Changsha, berço histórico de Mao Tsé-Tung. O Partido Comunista se esvazia é já tem menos inscritos que o Cristianismo.



Na religiosamente periclitante Europa Ocidental, movimentos gigantescos pelos valores cristãos, pela vida e pela família enchem imensos espaços públicos que nenhum partido se atreve mais a usar.

A influência da questão religiosa pega fogo na política.

Não obstante os esforços dos líderes religiosos para insistir no diálogo, no entendimento e na tolerância, esses valores – considerados por muitos como “antivalores” – vão sendo esquecidos por seus postuladores.

Marcha pela Vida, Washington DC, congrega maioritária participação católica todo ano
Marcha pela Vida, Washington DC, tem maioritária participação católica todo ano
Haja vista um recente artigo da Civiltà Cattolica assinado pelo diretor da revista e por um pastor protestante com a aprovação do Papa Francisco e do Secretário de Estado.

Nele, os máximos defensores do “diálogo” e da “misericórdia” fizeram um descontrolado ataque ao fenômeno que qualificaram de “ecumenismo do ódio” e que veem crescer nos EUA.

Tratar-se-ia da confluência de evangélicos conservadores e católicos desprezados como “integristas”. Eles teriam dado a vitória ao populismo de Trump e aos candidatos conservadores em décadas anteriores.

Nesse fundo de quadro, o propalado “diálogo inter-religioso” e a “cooperação para obter a paz mundial e evitar a violência” ficaram rebaixados a exercícios verbais.

Há tempo que o Islã tomou a iniciativa da ofensiva para extinguir as civilizações que não se submetam a Maomé e transformou a geografia mundial num só campo de conflito onde o laicismo fica como palha seca destinada a desaparecer.

Temos a vantagem de residir num continente – o sul-americano – que nesse contexto religioso conflitivo parece pacífico. Hélas! Como seria bom que fosse, e muito mais!


Marcha pela Vida em Lima, Peru.
Marcha pela Vida em Lima, Peru.
Mas nele a virada da juventude para os valores religiosos não é menos importante.

Como observou Carlos Alberto Di Franco em inteligente colaboração para o jornal “O Estado de S. Paulo”, “frequentemente a informação veiculada na mídia provoca um dissabor. Corrupção, violência, crise, trânsito caótico e péssima qualidade da educação e da saúde, pautas recorrentes nos cadernos de cidades, compõem um mosaico com pouca luz e muitas sombras.

“A sociedade desenhada no noticiário parece refém do vírus da morbidez. Crimes, aberrações e desvios de conduta desfilam na passarela da imprensa.

“A notícia positiva, tão verdadeira quanto a informação negativa, é uma surpresa, quase um fato inusitado”.

“O recurso ao negativismo sistemático – explica o autor – esconde uma tentativa de ocultar uma enorme incapacidade de flagrar a grandeza do cotidiano”.

Ele dá como exemplo “a informação sobre a juventude”. Essa prioriza os lados sórdidos e “sonega o outro lado, o luminoso e construtivo”.

E explica que a “delinquência está longe de representar a maioria esmagadora da população estudantil. (...)

“Há em andamento profundas e positivas mudanças comportamentais. (...) A juventude real manifesta uma procura de firmeza moral, de valores familiares, éticos e até mesmo religiosos.

“Deus, família, fidelidade, trabalho, realidades tidas como anacrônicas nas últimas décadas, são valores em alta. Não é uma opinião. É um fato.”

Círio de Nazaré, Belém.
Círio de Nazaré, Belém.
“A família é uma forte aspiração dos jovens. (...) os adolescentes atribuem importância decisiva ao ambiente familiar. (...) na família tradicional, podem ser cultivados os valores, as virtudes e as competências que constituem o melhor fundamento da educação para a cidadania. E os jovens sabem disso.

“No campo da afetividade, antes marcado pelo relacionamento descartável e pela falta de vínculos, vai-se impondo a cultura da fidelidade.

“O tema da sexualidade, (...) é frequente uso de alianças na mão direita, revela que os jovens estão apostando em relações duradouras”.

E conclui: “O mundo está mudando. Quem não perceber – na mídia e fora dela – essa virada comportamental perderá a conexão”.

Para finalizar, um comentário nosso. A Exortação apostólica Amoris laetitia, do Papa Francisco, parece redigida de costas para esse fenômeno moral e religioso. Não é de espantar que muitos jovens sequer a tenham tido em mãos.


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